Nem patrões apontam custo do trabalhador como problema

Procurador do trabalho lembra que pesquisa da CNI não inclui tema como um dos obstáculos

 

Em audiência pública no Senado no último dia 16, convocada para discutir a Reforma Trabalhista, o presidente da ANPT (Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho), Ângelo da Costa, lembrou que nem mesmo para a CNI (Confederação Nacional da Indústria) o custo do trabalhador é um dos obstáculos para o crescimento.

 

Ele lembrou de uma pesquisa divulgada pela confederação no início deste ano em que os empresários colocaram a carga tributária como líder dos problemas no primeiro trimestre de 2017.

 

“Somente 5% acham que o custo do trabalhador é um dos fatores que impedem a melhora no setor industrial. Na frente deles está a elevada carga tributária, a demanda interna insuficiente e as taxas de juros elevadas. Portanto, para nós, não dá para dizer que é o alto custo do trabalho que impacta negativamente na geração e produção do mercado consumidor e produção industrial”, definiu.

 

Segundo o levantamento que ouviu a opinião de 2.268 empregadores, 45,9% dos entrevistados apontou a carga tributária, contra 32,8% que apontaram a demanda insuficiente e outros 27,9% que indicam a taxa de juros.

 

Como a esmagadora maioria dos especialistas que estudam a relação entre direitos e condições dignas de trabalho, também Costa considera que o PLC 38/2017 piora em progressão geométrica a situação para ao trabalhador brasileiro.

 

“O texto modifica não sete, mas 100 artigos da CLT e traz 200 dispositivos novos dentre eles um cardápio de contratos precários que hoje não existem no direito do trabalho brasileiro. Ao invés de combater descumprimento da legislação trabalhista, dificulta o acesso à justiça. Ao invés de buscar prevenção de acidentes, limita indenizações por acidente de trabalho. E em nenhum momento o projeto garante regra para manutenção de emprego dos que estão empregados”, criticou.

 

Fonte: CUT Nacional

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