Milhares protestam em Porto Alegre contra racismo e fascismo e pelo Fora Bolsonaro

Milhares de pessoas, usando máscaras de proteção à saúde, tomaram as ruas na tarde ensolarada deste domingo (14), em Porto Alegre, em novo protesto contra o fascismo e o racismo e pelo Fora Bolsonaro.

A manifestação, que ocorre a seis domingos consecutivos na capital gaúcha, foi liderada desta vez pelo movimento #VidasNegrasImportam, que tem realizado protestos antirracistas nos Estados Unidos e em vários outros países.

Após concentração junto ao Monumento ao Expedicionário, no Parque da Redenção, os manifestantes, na sua maioria da raça negra, partiram em caminhada pela Avenida João Pessoa até o Largo Zumbi dos Palmares.

Marcha negra

Também participaram integrantes de movimentos sociais, torcidas antifascistas do Grêmio e Internacional e estudantes, que carregaram faixas e cartazes com dizeres como “vidas negras importam”, “Sem justiça, não há paz” e “Fora Bolsonaro”.

Política genocida de Bolsonaro

Dirigentes da CUT-RS participaram igualmente da manifestação, levando a faixa “Pela vida, democracia, emprego e renda – Fora Bolsonaro”. Além disso, ergueram cartazes reforçando a luta pelo afastamento do presidente que trata com descaso a vida do povo brasileiro.

CUT no Fora Bolsonaro

O presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, classificou Bolsonaro como inapto para governar o Brasil e enfrentar a pandemia do coronavírus, que já matou mais de 42 mil pessoas, conforme o último boletim do Ministério da Saúde. “Ele é um político inábil que não possuí a mínima condição de conduzir o país. Pelo contrário, é um genocida e essa pandemia está provando isso. Precisamos que ele saia do poder para que o Brasil possa retomar um processo de ajuste econômico, político e social.

“A atitude de Bolsonaro de sonegar números de infectados e não tomar medidas sanitárias necessárias para a proteção da população brasileira, sobretudo a mais pobre e periférica, está matando muita gente. Tenho convicção de que não sairemos dessa crise com menos de 100 mil mortos”, denunciou Amarildo. “É hora de defender a democracia, o emprego e a renda. Por isso, gritamos Fora Bolsonaro. A vida precisa estar acima da economia”, ressaltou.

Assista ao vídeo com a fala de Amarildo

Enquanto houver racismo, não haverá democracia

O pai de santo e membro do Conselho do Povo de Terreiro do RS, Baba Diba de Iyemanjá ressaltou a importância da defesa da vida. Para ele, o genocídio da população negra por parte da Polícia Militar e as políticas equivocadas de combate às drogas impedem o país de se desenvolver rumo à plenitude democrática.

“Enquanto houver racismo não haverá democracia. O sistema de racismo estrutura a sociedade brasileira e nós precisamos erradicá-lo e cobrar igualdade de direitos.  Temos de acabar com essa chaga que está na humanidade desde o início dos tempos. Só assim viveremos em um país realmente democrático”, disse o babalorixá.

Vida negras importam

Justiça para Marielle

Durante o trajeto, os manifestantes também pediram justiça para a vereadora Marielle Franco (Psol), assassinada em 14 de março de 2018 no centro do Rio de Janeiro, e cobraram respostas sobre os mandantes do crime. “Marielle, presente. O seu assassino é amigo do presidente”, gritaram.

Uma das frases mais marcantes da sua trajetória foi lembrada pelos manifestantes: “Marielle perguntou e eu também vou perguntar: quantos mais tem que morrer para essa guerra acabar?”

Neiva

No Largo Zumbi dos Palmares, vários participantes utilizaram o microfone para denunciar situações de violência vivenciadas pela população negra no Brasil, ressaltar a necessidade da união do povo negro e cobrar o apoio de pessoas brancas na luta antirracista.

Também reforçaram a necessidade de afastamento de Bolsonaro e denunciaram a dura realidade enfrentada pelas famílias diante da pandemia e a ausência de políticas públicas para proteger a vida de quem mora na periferia e em situação de vulnerabilidade social.

Povo negrp

 

 

 

 

Fonte: CUT-RS

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