Preços dos alimentos e bebidas aumentaram quatro vezes mais em julho, diz IBGE

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mede a prévia da inflação para famílias com renda de um (R$ 1.212) a 40 salários mínimos (R$ 48.480), caiu para 0,13% em julho, mas os produtos de alimentos e bebidas continuam em alta e cada vez mais caros.

Esses produtos subiram 1,16% em julho, quatro vezes mais do que no mês anterior quando o índice ficou em 0,25%. De acordo com a pesquisa, divulgada nesta terça-feira (26), pelo IBGE, o que mais pesou foi o aumento nos preços do leite longa vida (22,27%), maior impacto individual no índice do mês, com 0,18 %. No ano, a variação acumulada do produto chega a 57,42%.

Além disso, alguns derivados do leite também registraram alta no IPCA-15 de julho, a exemplo do requeijão (4,74%), da manteiga (4,25%) e do queijo (3,22%).

Outros destaques no grupo foram as frutas (4,03%), que haviam tido queda em junho (-2,61%), o feijão-carioca (4,25%) e o pão francês (1,47%). Com isso, a alimentação no domicílio variou 1,12% em julho.

A alimentação fora do domicílio teve alta de 1,27% em julho, acelerando em relação a junho (0,74%). Tanto o lanche (2,18%) quanto a refeição (0,92%) tiveram variações superiores às do mês anterior (1,10% e 0,70%, respectivamente).

No geral, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foi 0,56 % abaixo da taxa registrada em junho (0,69%). Essa é a menor variação mensal do IPCA desde junho de 2020 (0,02%). No ano, o IPCA-15 acumula alta de 5,79% e, em 12 meses, de 11,39%, abaixo dos 12,04% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Favoreceram essa queda, principalmente, os itens relacionados a transporte e habitação. Este último item caiu -0,78%, graças à redução de 4,61% na energia elétrica residencial. Em julho, segue em vigor a bandeira verde, em que não há cobrança adicional na conta de luz.

No grupo dos Transportes a queda registrada é de -1,08% e foi influenciada pelo recuo nos preços dos combustíveis (-4,88%), em particular da gasolina (-5,01%) e do etanol (-8,16%). O óleo diesel seguiu na contramão dos demais combustíveis, com alta de 7,32%. No lado das altas, as passagens aéreas subiram 8,13%, contribuindo com 0,05 % no IPCA-15 de julho. Cabe mencionar também a variação positiva do ônibus urbano (0,67%), consequência do reajuste de 11,36% nas passagens em Salvador (7,46%) aplicado efetivamente a partir de 4 de junho.

 

Confira os reajustes

Grupo Variação Mensal (%) Impacto (p.p.)
Junho Julho Junho Julho
Índice Geral 0,69 0,13 0,69 0,13
Alimentação e bebidas 0,25 1,16 0,05 0,25
Habitação 0,66 -0,78 0,10 -0,12
Artigos de residência 0,94 0,39 0,04 0,01
Vestuário 1,77 1,39 0,08 0,06
Transportes 0,84 -1,08 0,19 -0,24
Saúde e cuidados pessoais 1,27 0,71 0,16 0,09
Despesas pessoais 0,54 0,79 0,05 0,08
Educação 0,07 0,07 0,00 0,00
Comunicação 0,36 -0,05 0,02 0,00
Fonte: IBGE, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor.

 

Variação nas regiões metropolitanas

A região metropolitana em que a alta foi maior, foi a do Recife (Pernambuco) com variação mensal de 0,87%. A mais baixa foi em Goiânia (Goiás), com queda de 0,98%.

Confira no quadro

Região Peso Regional (%) Variação Mensal (%)  Variação Acumulada (%) 
Junho Julho Ano 12 meses
Recife 4,71 0,84 0,87 6,77 12,03
Fortaleza 3,88 0,73 0,42 6,77 11,54
São Paulo 33,45 0,79 0,35 5,90 11,57
Salvador 7,19 1,16 0,28 6,81 12,74
Porto Alegre 8,61 0,57 0,21 4,12 10,13
Brasília 4,84 0,74 0,17 5,40 11,31
Belo Horizonte 10,04 0,50 0,08 5,75 10,67
Rio de Janeiro 9,77 0,46 -0,10 6,13 11,19
Belém 4,46 0,18 -0,31 5,08 9,10
Curitiba 8,09 0,70 -0,31 5,85 12,75
Goiânia 4,96 0,54 -0,98 4,80 11,05
Brasil 100,00 0,69 0,13 5,79 11,39
Fonte: IBGE, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor.

 Metodologia

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 14 de junho a 13 de julho de 2022 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 14 de maio a 13 de junho de 2022 (base) e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.

Confira a íntegra da pesquisa do IBGE aqui.

 

Fonte: CUT Nacional

Foto: ROBERTO PARIZOTTI (SAPÃO)

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