Frente Brasil Popular é lançada no RS e reforça luta em defesa da democracia
Unidade de ação, repúdio ao golpe e defesa da democracia marcaram na manhã desta sexta-feira (11) o lançamento oficial da Frente Brasil Popular (FBP) no Rio Grande do Sul, durante ato que superlotou o auditório da Fetag-RS, em Porto Alegre. Os diretores do Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo estiveram presentes, além de dirigentes da CUT e CTB e suas entidades filiadas, movimentos sociais, deputados, vereadores e militantes do PT e PCdoB.
O líder do MST e da Via Campesina, João Pedro Stédile, avaliou a conjuntura nacional. Ele alertou que “o mercado não existe”. Para ele, “o que existe é a vontade dos capitalistas”, frisando que eles não gostam de aparecer e por isso usam subterfúgios.
Ele alertou que “Gilmar Mendes, Temer, Padilha e Cunha são farinha do mesmo saco”, destacando a importância da nova campanha pela legalidade e defendendo um processo de agitação e propaganda, visando evitar o golpe e derrubar o presidente da Câmara.
Stédile frisou que “é preciso mexer com a classe trabalhadora antes que seja tarde”. Ele apontou cinco grandes desafios: contra o golpe e fora Cunha; contra o ajuste fiscal e mudança na política econômica, defesa dos direitos dos trabalhadores, reforma política e reformas estruturantes.
De acordo com o dirigente do MST, os empresários não têm uma agenda para enfrentar a crise. “A burguesia produtiva está perdida, pois não criaram intelectuais orgânicos e por isso não fazem propostas efetivas”, avaliou.
Ele destacou que são urgentes mudanças na política econômica do governo, para que seja implantado o projeto que foi defendido durante as eleições. “Não podemos correr o risco que a base que elegeu a presidenta Dilma se volte contra ela.”
Ao encerrar, Stédile foi categórico ao afirmar que apenas os setores organizados em frente ampla é que conseguirão impedir o golpe. “Se for preciso, vamos repetir o acampamento de 1961, na Praça da Matriz, na capital gaúcha, que garantiu a legalidade no país”, finalizou sob os gritos de “Não vai ter golpe.”
A presidenta da Ação da Mulher Trabalhista (AMT), Miguelina Vecchio, recordou os inúmeros avanços que houve nos govenos Lula e Dilma, que garantiram conquitas em vários setores e melhoraram a qualidade de vida dos brasileiros.
“Não podemos ser hipócritas: conquistamos muitas coisas nos últimos anos. Nossos filhos estão na faculdade, podemos comprar casa própria e andamos de avião. A burguesia deve estar louca de dividir o espaço que antes era só para eles”, comparou.
Após os debates de conjuntura, os organizadores listaram as entidades que integram a FBP no Estado e foram lidos os documentos “Manifesto ao Povo Brasileiro”, oriundo da plenária de fundação, “Compromissos da Militância” e “Orientações para Frente.”
Ficou definido que a primeira reunião da FBP será realizada na próxima segunda-feira (11), às 18h, na Sala de Convergência, na Assembleia Legislativa do RS.
“Não temos dúvida que hoje é um marco na unidade dos movimentos sociais e do movimento sindical do Rio Grande do Sul. Pretendemos agregar mais setores, mas estamos confiantes que saímos daqui mais fortalecidos para enfrentar essa tentativa de golpe e defender a democracia”, disse a secretária de Finanças da CUT-RS, Vitalina Gonçalves, que participou do processo de organização do ato de lançamento.
A FBP foi lançada em âmbito nacional no dia 5 de setembro, em Belo Horizonte, representando, acima de tudo, uma tentativa da esquerda em responder, da forma mais unitária possível, à ofensiva conservadora em curso.
Tem como compromissos centrais a defesa da legalidade democrática e do mandato constitucional sacramentado pelas urnas.
Além disso, a FBP luta simultaneamente contra o golpismo, representado pelos setores mais conservadores, e o sequestro da agenda governamental pelos interesses do capital financeiro.
Fonte: CUT-RS