CUT-RS e centrais ampliam pressão na Assembleia Legislativa contra arrocho do mínimo regional

A CUT-RS e centrais sindicais fizeram pressão sobre deputados e deputadas estaduais na tarde de terça-feira (16) no Salão Júlio de Castilhos, que antecede o plenário da Assembleia Legislativa, buscando apoio para mudar o reajuste de 9,61% do salário mínimo regional proposto pelo governador José Ivo Sartori (PMDB). A mobilização ocorreu durante a sessão do parlamento gaúcho.

 

Pela primeira vez desde que o chamado piso regional foi criado no governo Olívo Dutra (PT), em 2001, o projeto enviado pelo Palácio Piratini fica abaixo da inflação do período. Considerando a data-base de 1º de fevereiro, o INPC dos últimos 12 meses foi de 11,31%. Já o reajuste do mínimo nacional aplicado pela presidenta Dilma Rousseff (PT) em janeiro foi de 11,68%, que é a reivindicação das centrais.

 

Emendas

“Conversamos por mais de duas horas com vários parlamentares, tanto da base do governo como da oposição, e propomos uma emenda coletiva para evitar o arrocho do mínimo regional, que hoje beneficia cerca de 1,5 milhão de trabalhadores gaúchos, os que ganham menos, os mais vulneráveis, os que tem menor organização sindical e os que mais precisam da ação protetora do Estado”, afirmou o secretário de Comunicação da CUT-RS, Ademir Wiederkehr.

 

O deputado Elton Weber (PSB), do mesmo partido do secretário estadual do Trabalho, Miki Breier, que foi um dos representantes do governo nas mediações infrutíferas entre trabalhadores e empresários, protocolou na manhã desta terça-feira a primeira emenda ao projeto de Sartori.

 

A proposta de Weber prevê reajuste de 11,31%, repondo a inflação do período, o que faria com que as cinco faixas do mínimo regional variassem entre R$ 1.120,76 a R$ 1.420,32.

 

O deputado Tarcísio Zimmermann (PT) fez discurso na tribuna, em nome da liderança da bancada do PT. Ele apelou aos parlamentares de todos os partidos para que o projeto seja votado em regime de urgência, ainda neste mês.

 

“Faço um apelo, também, para que o índice proposto pelo governo, de 9,61%, seja elevado para garantir a recomposição das perdas decorrentes da inflação”. Tarcísio lembrou que a presidenta Dilma recuperou o valor do salário mínimo nacional com o percentual de 11,68%.

 

Ademir ressaltou que “vários deputados da base do governo disseram que as suas bancadas ainda não discutiram o projeto e por isso não possuem uma posição, o que deve ocorrer no início da próxima semana”. As bancadas do PTB e PDT, que possuem laços trabalhistas, podem ser decisivas, uma vez que contam com cinco e oito cadeiras, respectivamente.

 

Mutirão na próxima terça

O corpo a corpo com os parlamentares será intensificado nas bases eleitorais, através dos sindicatos e federações, e no mutirão a ser realizado na próxima terça-feira (23), a partir das 9h30, nos gabinetes da Assembleia, conforme decisão tomada na reunião das centrais ocorrida pela manhã em Porto Alegre.

 

“Chamamos os dirigentes sindicais a participarem desta atividade, que será fundamental para convencer os deputados e as deputados a votarem a favor da reivindicação das centrais”, enfatizou o dirigente da CUT-RS.

 

A mobilização vai ocorrer antes da reunião dos líderes das bancadas, que acontece sempre às 11h e que define o que vai entrar na pauta da cada sessão. A matéria poderá ser colocada na ordem do dia já na terça-feira que vem, se houver um acordo de lideranças.

 

Na próxima terça-feira será realizado também um ato em defesa da democracia, às 14h, no espaço do Grande Expediente, que sempre ocorre no início das sessões da Assembleia. A manifestação já conta o apoio de vários partidos, deputados e deputadas. As centrais também foram convidadas a participar.

 

Pedido de audiência com a nova presidente da Assembleia

As centrais também solicitaram uma audiência com a nova presidente do Legislativo, deputada Silvana Covatti (PP). “Queremos que ela receba os trabalhadores para ouvir os motivos que levam o movimento sindical a lutar contra o arrocho do mínimo regional”, explicou Ademir.

 

“Além disso, queremos discutir com ela a necessidade de agilizar a votação do projeto e das emendas, a fim de viabilizar que os trabalhadores beneficiados possam receber o reajuste ainda no pagamento da folha de fevereiro”, concluiu.

 

Fonte: CUT-RS

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