Sindicato realiza assembleia na Delga e denuncia o golpe com dirigentes de todo o estado

Mesmo com chuva, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo e Região (STIMMMESL) realizou uma assembleia com os trabalhadores e trabalhadoras da Delga no começo da manhã desta segunda-feira (29).

 

Na ocasião, os companheiros da fábrica votaram contra as propostas descabidas da patronal, que ainda não apresentou um reajuste digno e quer pagar menos que o percentual do Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC) acumulado do período, de 9,49% e em forma de abono.

 

O trabalhador da Delga  e diretor do Sindicato, Adilson de Vasconcelos ressaltou os outros ataques da patronal como a intenção de implantar o banco de horas individual, congelar o quinquênio e limitar o reajuste aos trabalhadores que tenham um salário de até R$ 2.500,00.

"Não podemos vamos permitir que tirem nossos direitos. Os patrões nos enxergam apenas como custo e eles fazem qualquer coisa para cortar esse custo, reduzindo nossas conquistas", alertou ele.

 

Mobilização estadual

Para essa segunda, dia que a presidenta Dilma Rousseff realiza a sua defesa no julgamento final do Senado contra o processo de impeachment, estava previsto um grande ato estadual em São Leopoldo para reforçar a campanha salarial da categoria e denunciar o golpe, porém a chuva impediu que o ato se realizasse.

 

"Não queremos que os trabalhadores fiquem na chuva, por isso a nossa assembleia aqui será rápida, apenas para darmos o recado para os patrões. Se for preciso nos vamos parar a produção, vamos fazer greve, porque não vamos aceitar ataque aos nossos direitos", disse o presidente do STIMMMESL, Valmir Lodi.

 

Metalúrgicos de todo o Rio Grande do Sul estavam na nossa cidade e acompanharam a atividade na Delga. Lodi agradeceu todos os companheiros que passaram horas viajando para intensificar a luta. "Esse é um grande exemplo de unidade da classe trabalhadora, estamos todos aqui debaixo de chuva para dialogar com vocês e esclarecer esse momento que estamos vivendo. Sabemos que só assim vamos derrotar esses ataques."  

 

Ainda em frente à fábrica, o vice-presidente da Federação dos Metalúrgicos do RS, Enio Santos, também destacou a solidariedade de todos os metalúrgicos que atenderam ao pedido da entidade e estavam ali. O dirigente denunciou o golpe e o que está por trás do impeachment da presidente Dilma Rousseff.

 

"Eles vão nos atacar de todas as maneiras. Tivemos campanhas salariais bastante difíceis em todo o Rio Grande do Sul e por isso estamos todos aqui, para denunciar o golpe que está em curso no nosso país, porque o que eles querem é acabar com as nossas conquistas", destacou Enio.

 

Plenária

Após, por causa da chuva que não deu trégua, foi realizada uma plenária com dos dirigentes sindicais de todo o estado na sede do Sindicato para encaminhar os próximos passos da campanha salarial e as mobilizações frente à consumação do golpe no Senado.

 

Para o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, é preciso desalienar quem ainda acredita que o golpe visa acabar com a corrupção, pois o que está por trás do impeachment é uma armação perigosa, com o apoio da velha mídia e de federações empresariais, para dar o maior golpe nos direitos da classe trabalhadora. "Querem rasgar a CLT para roubar direitos históricos duramente conquistados. Usam o termo 'modernizar' as leis trabalhistas, mas o que vão fazer é implantar o maior retrocesso da história", afirmou.

 

Claudir abordou também a importância da resistência e de manter a classe trabalhadora unificada, pois com o possível afastamento definitivo da presidente Dilma, os ataques irão se intensificar. "Vamos resistir e lutar para impedir qualquer retrocesso e defender a democracia”, avisou ele que também defendeu a realização de uma greve geral: "não há dúvida que em algum momento, vamos ter que parar o país para dar prejuízo para os patrões e eles sentirem a nossa força."

 

Ato contra o golpe

O presidente  da CUT-RS convocou os presentes para o ato contra o golpe e em defesa da democracia e dos direitos, no Largo Glênio Peres, a partir das 17h, no centro de Porto Alegre. “Vamos denunciar os ataques e os interesses dos golpistas e pressionar os senadores para que votem contra o impeachment da presidenta Dilma”, explicou.

 

Neste mesmo dia, a Frente Brasil Popular e a Frente Povo sem Medo, integradas pela CUT, realizarão um conjunto de mobilizações em todos os estados e em Brasília.

 

 

Fonte: STIMMMESL

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