Trabalhadores da Gerdau rejeitam proposta da patronal

No começo da manhã desta sexta-feira, 02, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo e Região (STIMMMESL) realizou uma assembleia na Gerdau, em Sapucaia do Sul, paralisando o começo das atividades no turno da manhã. Os trabalhadores da empresa rejeitaram a proposta da patronal referente à campanha salarial da categoria.

 

A assembleia foi coordenada pelo presidente do Sindicato, Valmir Lodi, metalúrgico da Gerdau. Antes de apresentar a proposta da patronal, ele destacou os problemas que os trabalhadores da empresa estão enfrentando com a retirada de conquistas. “Eles estão cortando benefícios que temos há mais de 30 anos. Não podemos aceitar isso. Somos nós que produzimos a riqueza da empresa”, afirmou.

 

O STIMMMESL reivindica um reajuste de 9,49%, o que corresponde ao Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC) acumulado no período. A patronal propôs pagar abonos (que não incidem nos demais direitos como 13º salário e férias), sem reajuste salarial. Além de defenderem a implantação do banco de horas individual, o fim do quinquênio e limitar o reajuste aos trabalhadores que tenham um salário de até R$ 2.500.

 

Lodi também relatou o andamento da campanha com as assembleias nas fábricas. “Nenhum trabalhador está aceitando essa falta de respeito da patronal. E não vai ter acordo com retirada de direitos”, garantiu ele.

 

Durante a assembleia, os dirigentes que são trabalhadores da empresa deram o seu recado destacando a influência da Gerdau na mesa de negociação da campanha salarial e a situação específica daqueles trabalhadores.

 

“Sabemos a situação que vivemos dentro da empresa, a quantidade de companheiros que adoecem, que tem depressão. Essa realidade com o novo momento do país, onde querem mexer na aposentadoria por exemplo, vai nos prejudicar muito”, disse o diretor do Sindicato, Anderson Macedo Gauer.

 

O dirigente Alexandro da Silva Braga destacou que são os trabalhadores que efetivam a luta do Sindicato e lembrou a assembleia unificada realizada ontem, que reuniu mais de dois mil metalúrgicos na Avenida São Borja. “É preciso nos darmos conta do que está por trás desse golpe, que os empresários estão por trás disso”, afirmou.

 

Chamando a atenção para o fato da patronal ter feito uma proposta com abono, nos moldes do que a Gerdau tentou fazer ano passado, o secretário de Saúde do Sindicato, Valdemir Pereira, afirma que o que os empresários desejam é a volta da escravidão.  “Daqui a pouco a Gerdau será uma fábrica de aço e de doentes, tamanho os problemas que tem aqui dentro”, disse ele que é dirigente sindical da empresa e também acompanha a mesa de negociação.

 

Já o trabalhador da Gedore, Ailson Nascimento, também diretor do STIMMMESL e membro da mesa de negociação disse que os trabalhadores da Gerdau são referência para o restante do estado. “Não podemos admitir que haja prejuízo para os trabalhadores”, acredita.

 

A data base da categoria é 1º de julho, até agora houve três rodadas de negociação e a entidade dos patrões ainda não apresentou uma proposta digna.

 

A atividade contou com o apoio de sindicatos de metalúrgicos e de sapateiros de Novo Hamburgo. “Não podemos descartar uma greve geral”, alertou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Novo Hamburgo, Lauro Amaral.

 

Já a diretora do Sindicato dos Sapateiros de Novo Hamburgo, Angélica Nascimento manifestou seu apoio à luta da categoria e afirmou que “apenas a união da classe trabalhadora irá garantir conquistas dignas.”

 

Fonte: STIMMMESL

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