Rumo à greve geral, CUT-RS e centrais reforçam unidade contra reformas trabalhista e da Previdência
Diretores do Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo e Região participaram de todo o Dia Nacional de Luta
“Hoje é um marco na construção da greve geral”, disse o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, no ato público realizado nesta quinta-feira (22), em frente à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), no centro de Porto Alegre, que finalizou o dia nacional de lutas, atos, protestos e paralisações, promovido pelas centrais sindicais. “Foi mesmo um esquenta para a greve geral”, avaliou.
Cerca de 80% das linhas de ônibus de Porto Alegre foram afetadas na madrugada e no início da manhã em função das paralisações nas garagens das empresas, segundo a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). O movimento impactou o trânsito da capital gaúcha e chamou a atenção para a pauta dos trabalhadores.
Acumulando forças
Segundo Claudir, a greve geral não é um objetivo, mas deve ser o resultado de um processo de mobilização. Para tanto, haverá outros dias importantes de mobilização, como o 29 de setembro, dia nacional de luta dos metalúrgicos e 5 de outubro, dia nacional de paralisações dos servidores públicos. “Isso tudo soma na construção da greve geral, pois temos que acumular forças com a classe trabalhadora”.
Para ele, a mobilização deve ocorrer de forma unitária e vai continuar com o enfrentamento à PEC 241 e ao PLP 257, “que tiram o dinheiro dos pobres do orçamento” e ao PLC 30/15, que prevê a terceirização sem limites. “A evolução dessas pautas, junto com a reforma da Previdência, irá potencializar a greve geral”, aponta.
O dirigente da CUT-RS ressaltou que este é o momento de mostrar que “estamos indignados com esse ataque aos direitos da classe trabalhadora”. Ele citou a ampliação da jornada de trabalho para 12 horas por dia e o projeto do negociado sobre o legislado, dentre outros pontos que precarizam o trabalho.
“Estamos aqui também para cobrar o governador José Ivo Sartori, pois não aceitamos o sucateamento do estado e do serviço público”, disse Claudir, explicando porque as manifestações aconteceram entre o prédio da SRTE e a sede da Secretaria da Fazenda.
Unidade de ação
No ato unitário, realizado com o objetivo de esquentar a construção da greve geral para evitar qualquer retrocesso nos direitos da classe trabalhadora, dirigentes de várias também enfatizaram a importância da unidade na ação.
“Estamos vivendo um grande dia, um marco na construção da greve geral”, frisou a representante da CSP-Conlutas, Vera Guasso. “Saímos daqui mais fortes porque com a nossa unidade somos mais fortes do que os golpistas”, ressaltou.
O representante da Intersindical, Jerônimo Menezes, classificou esse como o primeiro grande ato “para deslegitimar esse governo golpista, pois estamos unidos pelo fora Temer”. Ele citou os ataques do governo ilegítimo e reforçou a necessidade da unidade como forma de resistência.
O presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, questionou se alguém ainda tem dúvida sobre contra quem é o golpe. Para ele,“é um golpe contra os avanços dos últimos anos, contra as nossas conquistas. E estamos aqui para dizer que não vamos aceitar prejuízos para a classe trabalhadora”.
Contra o desmonte do Estado
Após o ato na SRTE, a caminhada seguiu nas ruas do centro da cidade, em apoio aos educadores e demais servidores públicos estaduais até a Praça da Matriz, em frente ao Palácio Piratini.
Lá, as centrais promoveram outra manifestação. O petroleiro e secretário de Saúde do Trabalhador da CUT-RS, Dary Beck, afirmou que “um dos motivos para darem esse golpe foi a descoberta do pré-sal e eles querem entregar essa riqueza do povo brasileiro para o capital estrangeiro”. Dary ressaltou ainda a educação é um dos setores que mais se beneficiariam com os recursos do pré-sal. “Estão entregando o futuro do Brasil”, alertou.
“Não basta parcelar nossos salários, Sartori ainda nos paga um pingadinho para atingir nossa autoestima. É uma tortura psicológica que esse governo impõe aos trabalhadores. É contra isso que temos que lutar”, enfatizou a presidente do CPERS Sindicato, Helenir Aguiar Schürer.
De acordo com a dirigente dos educadores estaduais, o RS tem um governo totalmente de costas para a população, alinhado ao governo golpista de Michel Temer. “Hoje demos o primeiro passo para a greve geral. Precisamos, mais do que nunca, estar unidos para impedir que retirem nossos direitos”, afirmou convocando os professores a participarem da paralisação dos servidores públicos, no próximo dia 5 de outubro.
Calendário das próximas lutas
29 de setembro – Dia Nacional de Paralisação dos Metalúrgicos, em defesa dos direitos dos trabalhadores e contra as reformas articuladas pelo governo golpista de Temer, empresários e seus aliados no Congresso Nacional.
5 de outubro – Dia Nacional de Paralisação dos Servidores Públicos, contra a PEC 241, que congela por 20 anos os investimentos nas áreas sociais, como saúde e educação, penalizando toda a sociedade. E aqui no RS a paralisação também será em protesto ao parcelamento dos salários dos servidores e o sucateamento do estado, promovido pelo governo Sartori.
Fonte: CUT-RS