Em ato na Esquina Democrática, CUT-RS lembra golpes de 1964 e 2016 e aponta greve geral para derrotar reformas de Temer

Diretores do STIMMMESL participaram da atividade

 

Milhares de pessoas tomaram as ruas do centro de Porto Alegre no final da tarde desta sexta-feira, 31 de março. Após um ato na Esquina Democrática, todos saíram em caminhada até o Largo Zumbi dos Palmares, marcando o Dia Nacional de Mobilização, convocado pelas centrais sindicais, e representando um “esquenta” para a greve geral no próximo dia 28 de abril contra as reformas da Previdência e trabalhista, a terceirização irrestrita do governo golpista de Michel Temer (PMDB) e por nenhum direito a menos.

 

A manifestação, que reuniu trabalhadores, jovens e movimentos sociais, ocorreu no dia em que se lembra do aniversário do golpe de 1964, que afundou o país num regime militar por 21 anos. Não faltam histórias de perseguições, torturas, desaparecimentos e mortes nos porões da ditadura, além de censura e repressão aos movimentos sociais.

 

Os servidores municipais de Cachoeirinha, violentamente reprimidos pela Brigada Militar em frente à Câmara de Vereadores após terem sido impedidos de entrar para acompanhar a sessão, que retirou direitos e conquistas, foram lembrados e receberam manifestações de apoio e solidariedade dos presentes.

 

 

Esquentando a greve geral de 28 de abril

“A sociedade está preocupada, está se dando conta que foi um golpe e é para essas pessoas que eu quero falar”, disse o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo. “Eles querem impor um atraso civilizatório”, avaliou.

 

Segundo Claudir, “em 1964 passaram a perna e atrasaram o Brasil por 40 anos”.  “Precisamos descomemorar o golpe de 1964 e denunciar o golpe parlamentar, midiático e jurídico de 2016, que pretende tirar os nossos direitos. Temos que fortalecer a construção da greve geral em 28 de abril para barrar as reformas de Temer”, disse.

 

Ele alertou sobre os falsos mitos que o governo ilegítimo de Temer tenta convencer os brasileiros. “A Previdência não está quebrada, ela integra o sistema de Seguridade Social, que é superavitário. A CLT nunca foi empecilho para gerar empregos e fazer o Brasil crescer. Tivemos situação de pleno emprego em 2014”, esclareceu Claudir, lembrando que “o que gera emprego é o desenvolvimento econômico e não a precarização do trabalho”.

 

Claudir enfatizou que “os meios de comunicação tiveram lado no golpe e hoje na agenda do golpe”. Ele defendeu a atuação da Justiça do Trabalho, que “é muito importante para a classe trabalhadora”.

 

Pegar no pé dos deputados

O presidente da CUT-RS chamou a atenção para a importância de pressionar os parlamentares para que votem contra as reformas de Temer. “Muitos deputados têm dupla personalidade: em Brasília apoiam o Temer, mas nas suas bases eleitorais o discurso é outro”.

 

“Vamos pegar no pé dos deputados lá nas suas bases eleitorais porque, se eles votarem contra os direitos dos trabalhadores, não terão votos em 2018”, avisou. “No dia 28 de abril vamos parar o Brasil”, finalizou.

 

 

Unidade e mobilização

A representante da Frente Povo sem Medo, Claudia Favaro, disse que terá  muita luta até o dia 28 de abril. “Vamos ocupar as ruas e as praças. Responder com a nossa radicalidade a radicalidade do golpe”, disse ela.

 

Já a representante da Frente Brasil Popular, Maria do Carmo, lembrou a jornada de lutas para barrar o golpe. “E hoje estamos denunciando a segunda fase, pois querem precarizar o trabalho”. Para ela, o momento exige a criação de uma grande unidade para construir a greve geral. “Vamos mostrar para as elites que não aceitamos esse retrocesso”, apontou.

 

 

Depois do ato, os manifestantes subiram a Avenida Borges de Medeiros e caminharam em direção ao Largo Zumbi dos Palmares, munidos de faixas e cartazes. Aos gritos de “se você não lutar, não vai se aposentar”, alertaram a população que voltava do trabalho sobre o grave momento que o país atravessa.

 

A mobilização terminou com novas manifestações na Avenida Perimetral, repudiando os golpes, defendendo a democracia e combatendo as reformas de Temer.

 

 

Fonte: CUT-RS

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