Plenária das centrais sindicais do RS projeta maior greve geral da história recente do Brasil
“Faremos a maior greve geral da história recente do Brasil para responder ao maior ataque aos direitos sociais, trabalhistas e previdenciários”, anunciou o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, durante a plenária unitária das centrais sindicais, realizada na manhã desta quarta-feira (26), no auditório do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, no centro da capital gaúcha. Haverá manifestações desde as primeiras horas da manhã e às 13h será realizado um ato no Largo Glênio Peres, no centro da cidade.
Os dirigentes da CUT, CTB, Força Sindical, UGT, Nova Central, CGTB, Intersindical, CSP-Conlutas e Pública apontaram o enorme crescimento da mobilização em todo o estado e no país e definiram os últimos encaminhamentos para a greve geral de 28 de abril.
“O nosso recado para a população é que não saiam de casa na sexta-feira. E, se saírem, que seja para participar dos atos e manifestações”, salientou Claudir. Para ele, a greve geral se impõe pela necessidade de reagir diante do maior roubo aos direitos já praticado na história do Brasil por um governo ilegítimo, sem apoio da população e atolado em denúncias de corrupção. “O que é perder um dia de trabalho para quem está correndo o risco de perder o futuro?”, indagou.
“Não é tirando direitos dos trabalhadores que o Brasil sairá da crise. Por isso, a defesa da aposentadoria e da CLT levará milhões de trabalhadores e trabalhadoras a paralisar e construir uma nova página na história do país”, acredita Claudir.
Transporte e demais categorias vão parar
Os trabalhadores do transporte rodoviário de Porto Alegre, da Região Metropolitana e das linhas intermunicipais aderiram à greve geral, conforme foi anunciado pelos sindicatos. Eles estiveram também reunidos no início da manhã desta quarta-feira, na sede Sindicato dos Trabalhadores de Transporte Rodoviário de Porto Alegre, para organizar o movimento.
Metroviários, motoboys, metalúrgicos, bancários, sapateiros, petroleiros, policiais civis, trabalhadores nas indústrias de alimentação, do pólo petroquímico, do Polo Naval de Rio Grande, da saúde, judiciário, servidores públicos estaduais e federais, professores estaduais e das escolas privadas e municipários de diversas cidades também aprovaram, em assembleias, a participação na greve geral.
“Há também cerca de 30 comitês organizados no interior gaúcho, construindo a paralisação. E greve geral é solidariedade entre os trabalhadores e a imposição de prejuízo para os patrões e os donos do capital”, disse Claudir ao destacar a importância da unidade para reforçar o movimento.
O presidente da CUT-RS relatou ainda que já existem vários acampamentos de trabalhadores da agricultura familiar, montados com o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e da Via Campesina, à beira de diversas rodovias do estado, anunciando a chegada da greve geral.
Claudir avalia que, a primeira batalha, a de tirar a greve geral da clandestinidade e dialogar com a sociedade, o movimento sindical já ganhou. “Colocamos esse assunto em pauta, todos sabem da greve geral e das maldades que essas reformas representam. Agora é fazer acontecer a greve geral e parar o trator das reformas”, apontou Claudir.
Na sua avaliação, a greve é fruto de um longo processo de construção e não será um ato isolado, mas o começo de uma grande jornada de enfrentamento. “A greve geral será também um duro recado aos parlamentares que apoiam o governo Temer no Congresso Nacional. O movimento sindical vai denunciar todos aqueles que votarem contra os trabalhadores nas suas bases eleitorais para que nunca mais sejam reeleitos”, concluiu.
Coletiva de imprensa
Às 11h, os dirigentes sindicais saíram da mesa da plenária e foram se sentar na primeira fileira, junto com os demais participantes. Quem ocupou as cadeiras da mesa foram jornalistas do Correio do Povo, Zero Hora, Jornal do Comércio, Sul21, BandTV e Rádio Guaíba, que vieram participar da coletiva de imprensa convocada pelas centrais sindicais. Também compareceram jornalistas da TVT e de vários sindicatos.
As centrais fizeram relatos sobre os preparativos da greve geral e responderam aos questionamentos dos profissionais da imprensa. Ao final, os presentes gritaram duas palavras de ordem: “28 de abril, vamos parar o Brasil” e “Fora Temer”.
Fonte: CUT-RS