Sindicatos de São Leopoldo bloqueiam a BR 116 nas primeiras horas da greve geral
Os metalúrgicos, professores municipais, trabalhadores das indústrias de borracha e vigilantes de São Leopoldo, juntamente com os movimentos sociais e vereadores bloquearam os dois sentidos da BR 116, na altura do Marco Zero da Rota Romântica, em São Leopoldo por mais de duas horas na manhã desta sexta-feira (28), dia da greve geral contra as reformas, Trabalhistas e da Previdência, do governo ilegítimo e golpista de Michel Temer (PMDB).
O frio de 5o graus não impediu os sindicalistas de iniciarem o bloqueio ainda na madrugada, por volta das 5 horas da manhã. A rodovia seguiu paralisada até às 7h30, quando os manifestantes saíram em caminhada até a Praça da Matriz, no centro da cidade. As garagens dos ônibus das empresas Leopoldense e Feitoria, que circulam dentro do município, também foram bloqueadas desde às 4 horas da manhã.
Durante a paralisação, os dirigentes sindicais dialogaram com os motoristas que estavam parados na via. “Estamos aqui para dar o nosso recado para o governo golpista que quer retirar os nossos direitos. Nós não vamos deixar. Não vão acabar com a CLT, nem com a nossa garantia”, afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo e Região, Valmir Lodi.
Para ele, a população ainda não se deu conta do que está acontecendo. “Por isso precisamos para o Brasil no dia de hoje, para explicar o ataque que estamos sofrendo e mostrar para os golpistas a nossa força. A classe trabalhadora não aceitará retrocessos”, defendeu Valmir.
Dia histórico
A presidente do Ceprol/Sindicato, Andreia Nunes, repudiou a Reforma Trabalhista, aprovada na quarta-feira (26), na Câmara dos Deputados e a Reforma da Previdência, com votação prevista para maio. “Desde a madrugada, estamos nas estradas porque a nossa luta é justa. Queremos que todos tenham orgulho de viver aqui, com dignidade e direitos garantidos”, disse ela.
De acordo com a professora, o objetivo é retirar as reformas da pauta do Congresso. “Se essas maldades não saírem, nós não vamos sair das ruas para defender nossos direitos. Hoje é só o começo”, prometeu Andreia.
Para o diretor da CUT-RS, Jorge Correa, o golpe sempre foi contra os trabalhadores. “Há tempos alertamos isso, por isso hoje estamos em greve,para mostrar quem produz a riqueza desse país e barrar a agenda neoliberal dos golpistas.”
Derrotar os golpistas
O prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi, também chamou atenção para a pauta que levou à greve geral. “É um alerta sobre o que está acontecendo no país. O que está em curso é desmonte da CLT e da Previdência Social. Não podemos permitir isso, nossos direitos são frutos de uma luta histórica que se deu durante anos”, lembrou.
Ele salientou também as mentiras que o governo conta para tentar ganhar a opinião pública de que as reformas são boas para o desenvolvimento do Brasil. “Eles falam que não tem dinheiro, que o país está quebrado. Isso não é verdade. Se fosse, porque deram 3 milhões de reais para os grandes meios de comunicação? Por que não destinaram essa verba para a educação e saúde? Por que não investiram no Polo Naval de Rio Grande, que está sucateado?”, indagou Vanazzi.
“O nosso compromisso sempre foi com o povo. Já o compromisso deles é com os empresários que financiaram o golpe”, encerrou ele.
Metalúrgicos de São Leopoldo, o secretário de finanças da CUT nacional, Quintino Severo avaliou a greve geral como “um sucesso nas primeiras horas da manhã.” Segundo ele, as informações do RS estão dentro do previsto de mobilização e objetivo.
"Até agora a nossa avaliação é bastante positiva. Com a força da CUT e da classe trabalhadora estamos parando o país para barrar o retrocesso imposto pelas medidas de Temer", disse ele ao repassar informações do andamento da greve em outros estados.
Próximos desafios
“Hoje é um grande dia, essa greve é histórica, mas não podemos perder de vista as muitas tarefas que temos no próximo período”, declarou ele. Quintino disse que hoje foi o primeiro passo e que os trabalhadores vão parar o Brasil quantas vezes forem necessárias.
“Vamos continuar resistindo para impedir que o Congresso golpista acabe com os nossos direitos e o nosso futuro”, garantiu o dirigente.
Durante os atos, os representantes dos movimentos sociais também abordavam o desgoverno de José Ivo Sartori (PMDB) e o desmonte do estado. Todos que se manifestaram, afirmaram que esse 28 de abril é começo de uma grande jornada de resistência contra as reformas de Temer.
Na região, também foram realizados bloqueios em Sapucaia do Sul e na RS 118, próximo à cidade de Cachoeirinha.
Fonte: STIMMMESL