Metalúrgicos da Gerdau paralisam por 24 horas após a empresa anunciar que não pagará insalubridade

Após o anúncio descabido da Gerdau, que a partir de 1º janeiro não irá  mais pagar a insalubridade, os metalúrgicos da empresa paralisam as atividades da planta de Sapucaia do Sul por 24 horas, na quinta-feira (5). A decisão foi aprovada em assembleia realizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo e Região (STIMMMESL) na porta da fábrica.

 

"Vocês já sabem o que está acontecendo e se a gente não reagir, com certeza em janeiro vão tirar mais direitos. Não será só a insalubridade", disse o presidente do Sindicato, Valmir Lodi, que é trabalhador da Gerdau.

 

 

Ele contou que diversos trabalhadores procuraram os dirigentes sindicais após saberem da decisão unilateral da Gerdau. "Querem que a gente acredite que numa siderúrgica, que tem barulho excessivo e agentes nocivos, não tem mais insalubridade?", indagou.

 

O dirigente chamou atenção dos trabalhadores terceirizados, que a medida também irá afetá-los. "Eles vão mexer nos direitos de todo mundo", alertou enumerando diversos abusos da empresa, que tem histórico em desrespeitar os direitos dos trabalhadores.

 

"Isso aqui já é reflexo da reforma trabalhista, que entra em vigor no dia 11 de novembro. É isso que eles querem, tirar os nossos direitos e acabar com a nossa aposentadoria. Já que a retirada da insalubridade afeta diretamente a nossa aposentadoria especial", disse.

 

 

O secretário geral do STIMMMESL, Ademir Maia Coito explicou como se dá a constatação da insalubridade. "É um direito, uma compensação pelos danos causados à saúde do trabalhador", disse.

 

Durante todo o dia, os trabalhadores da Gerdau que integram a direção do Sindicato relataram o desrespeito da empresa ao não cumprir a Convenção Coletiva de Trabalho, as conquistas que foram garantidas na Justiça, entre outros pontos específicos do chão de fábrica.

 

O coordenador do Comitê Sindical da Rede Gerdau no Brasil e dirigente do STIMMMESL, Anderson Macedo Gauer, destacou que a arbitrariedade atinge diretamente a aposentadoria especial. "Estão tirando o nosso futuro e o pior que tem trabalhador que tenta entrar na empresa, que não quer ouvir o Sindicato", criticou ele, falando da importância da união dos trabalhadores.

 

"A Gerdau comemorou 60 anos esses dias e esse é presente dos trabalhadores?", questionou o metalúrgico da empresa e diretor sindical, Alexandro Braga. "É hora de estarmos unidos e de fortalecermos o Sindicato que luta pelos nossos direitos".

 

 

O diretor da CUT-RS, Jorge Correia contou que na época que foi presidente, a Gerdau já havia procurado o Sindicato para fazer acordo sobre a insalubridade. “Nunca aceitamos. Esse desejo deles é antigo e não podemos concordar. A Gerdau é um dos maiores grupos econômicos do RS, mas temos um Sindicato forte e não vamos perder direitos", declarou.

 

Após a greve, a empresa se comprometeu em procurar a direção do STIMMMESL e agendar uma reunião para debaterem o assunto.

 

 

Fonte: STIMMMESL

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