Rede Sindical Mundial da Gerdau reafirma luta pelos direitos dos trabalhadores
Terminou na última sexta-feira (18), o encontro da Rede Sindical Mundial de Trabalhadores na Gerdau. A atividade, promovida pela IndustriALL, aconteceu em Santo Domingo, na República Dominicana. Um dos principais problemas apontados pelos trabalhadores na Gerdau é a redução de empregos por meio da digitalização e retirada de direitos.
O coordenador do Conselho Mundial dos Trabalhadores na Gerdau e secretário geral da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Loricardo de Oliveira, relatou avanços nas discussões com a empresa para conseguir um acordo nacional que respeita os direitos dos trabalhadores, além de saúde e segurança no trabalho. “Esse acordo seria importante no setor metalúrgico no Brasil. Esperamos que também abra espaço para o diálogo com a empresa sobre as preocupações dos trabalhadores internacionais.”
Os trabalhadores da Gerdau estão enfrentando inúmeros desafios, incluindo as práticas antissindicais da empresa em muitos países”, disse o diretor da IndustriALL, Adam Lee. “A IndustriALL aplaude os sindicatos brasileiros por alcançar o progresso em direção a um acordo nacional com a Gerdau. O conselho mundial dos trabalhadores na empresa trabalhará para aproveitar esse progresso para garantir que a Gerdau respeite os direitos fundamentais dos trabalhadores em todo o mundo. ”
O coordenador da Rede Nacional de Trabalhadores (as) da Gerdau e diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo e Região, Anderson Macedo Gauer, participou do Encontro e ressalta que os debates realizados fortaleceram o Comitê Internacional. “Esse intercâmbio com a realidade de cada país, onde a Gerdau está inserida, torna a discussão mais rica e possibilita que a gente fortaleça o Comitê, as Redes e as nossas entidades”, disse ele.
Na quinta-feira, dia 17, os participantes visitaram a planta da Gerdau Metaldom, localizada na capital da República Dominicana. “Além de percebermos como unificar a luta por melhores condições trabalho e direitos é fundamental para os trabalhadores da Gerdau, que muitas vezes, enfrentam a mesma situação nas mais diversas partes do mundo”, conclui Anderson.
Em sua intervenção, Ariel Acevedo, presidente da SitragMetal, que representa os trabalhadores na Gerdau da República Dominicana, falou da retirada de direitos por parte da empresa. “Nosso novo gerente de fábrica quer se livrar do café e da água nas salas de descanso para cortar custos. Não vamos permitir que a Gerdau retire nossos benefícios”, contou.
Durante o encontro, a UOM (Unión Obrera Metalurgica), da Argentina, informou que a Gerdau construiu recentemente uma nova fábrica tecnologicamente atualizada, que produz quase a mesma quantidade de aço com metade dos trabalhadores da antiga fábrica da siderúrgica. Já a USW (United Steelworkers), dos Estados Unidos, disse que a Gerdau reduziu seu número de fábricas na América do Norte de 24 para 12, enquanto ainda presta serviços aos mesmos clientes.
Em seu plano de lutas, os trabalhadores no Conselho comprometeram-se com inúmeras ações para responder aos desafios atuais. Isso inclui formar os trabalhadores na Gerdau sobre a Indústria 4.0, aumentar a participação de mulheres e jovens em seus sindicatos e no conselho mundial dos trabalhadores na empresa, comunicação mais frequente entre os sindicatos no Conselho através de teleconferências regulares e plataformas online.
Fonte: Assessoria de imprensa da CNM/CUT, com informações da IndustriALL