Adesão de novos sindicatos fortalece luta da CUT contra ataques do governo Bolsonaro

Os ataques do governo de Jair Bolsonaro aos sindicatos e centrais sindicais com propostas que limitam o poder das entidades em defender seus filiados contra desmandos dos patrões, bem como as tentativas de asfixiar suas finanças estão sendo revertidos com uma maior conscientização da classe trabalhadora que entende que perder direitos não significa crescimento econômico, nem a geração de empregos decentes.

Somente neste ano 26 novos sindicatos, espalhados por todas as Regiões do país, se filiaram à CUT e outros, que tiveram eleições recentes vencidas pelas chapas da Central,  estão em fase de oficializar a adesão.

Para a secretária de Organização e Política Sindical da CUT, Graça Costa, este número de novos filiados demonstra que a aposta do governo Bolsonaro em prejudicar a CUT não se mantém.

“Ao contrário do que quer o governo, nós consolidamos a nossa representação junto à classe trabalhadora, que entende que num momento de crise, de ataques aos direitos nunca se precisou tanto de sindicatos. E a CUT como maior Central do país, com quase 4 mil sindicatos filiados,  tem tido a responsabilidade de enfrentar esses desafios. Essas novas filiações demonstram que estamos no caminho certo”.

“A CUT é a preferida dos sindicatos para dar continuidade à luta em defesa dos direitos da classe trabalhadora”, diz Graça Costa.

A dirigente reforça ainda que na atual conjuntura econômica e de perdas de direitos, a Central vai ampliar a organização e conscientização da classe trabalhadora.

Novas adesões e reeleições

O Sindicato dos Servidores Municipais de Araraquara e região (Sismar) é um dos mais novos filiados à CUT. Com 6 mil associados, representa 13 mil servidores e engloba oito cidades do interior do estado de São Paulo: Américo Brasiliense, Motuca, Ribeirão Bonito, Boa Esperança do Sul, Trabiju, Gavião Peixoto, Santa Lúcia e Nova Europa.

O novo presidente é Gustavo Domingos Jacobucci. Representante dos professores de Araraquara, foi eleito com 1761 votos contra 1.522 da chapa Conlutas e Intersindical e 461 de uma chapa independente.  O Sismar foi filiado a CUT de 2001 a 2004, mas após aquele ano, a entidade não esteve filiada a nenhuma central sindical.

Para Gustavo, a eleição da chapa cutista é uma demonstração de união e força dos servidores municipais que perceberam que os ataques do governo de Jair Bolsonaro aos servidores federais podem afetar a categoria em todo o país,  caso estados e municípios sejam obrigados a aderir à reforma da Previdência, como prevê a PEC Paralela.

“Somente duas cidades, Nova Europa e Gavião Peixoto, têm regimes próprios, e embora a maioria das cidades tenha servidores concursados e celetistas, entendemos que os a categoria em todo o país está sob ataques”, diz o dirigente.

Por isso, em seu plano de lutas, Gustavo propôs a união dos servidores porque sozinhos podem ser massacrados.

“Os prefeitos tratam a administração das cidades como se fossem empresas e eles os donos, e não se importam com os servidores municipais. Mas, eles não têm consciência de que tratar mal a categoria, sucatear o serviço público interfere no bom atendimento da população que vai cobrar deles mais adiante”, afirma Gustavo.

“A nossa luta é unir os trabalhadores e as trabalhadoras sempre em prol da justiça e do bom serviço público e para isso não mediremos esforços”.

CUT mantém presidência do Sindicato dos Portuários do RJ

O Sindicato dos Portuários do Rio de Janeiro (STSPPERJ) nasceu em 1982 e seis meses após a fundação da CUT (1983), o sindicato se tornou um filiado. E nesses 36 anos, a CUT nunca perdeu uma eleição, mesmo concorrendo com outras chapas.

No último pleito, em 29 de novembro, Sérgio Magalhães Giannetto foi reeleito para um quinto mandato com 70% dos votos da categoria. Segundo o dirigente, esta vitória tem um significado muito grande diante das perdas dos direitos trabalhistas e da crise econômica que o país atravessa.

“Sou visto como um candidato que representa a esquerda e, as críticas da oposição eram neste sentido e que representávamos o continuísmo. Mas conseguimos demonstrar aos nossos associados que sempre defendemos a classe trabalhadora. E ainda que  mais do que nunca é preciso unidade para vencer os desmandos do governo Bolsonaro”, afirma Giannetto, esperançoso de que os próximos anos serão de fortalecimento da luta dos trabalhadores e trabalhadoras, em defesa dos portos públicos, do Instituto de Seguridade Social Portus e da democracia.

 

Fonte: CUT Nacional

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