Bolsonaro mente ao dizer que salário mínimo subiu acima de lei implementada no governo Dilma

Se a regra valesse, além dos 4,1% da inflação, piso nacional deveria ser acrescido de mais 1,3%

 

O presidente Jair Bolsonaro mentiu no dia 2, ao dizer que o aumento do salário mínimo para 2020 foi “acima do que seria se a lei do PT estivesse em vigor”. A lei orçamentária para este ano aprovada pelo Congresso em dezembro previa que o mínimo deveria ser de R$ 1.031, reajuste de 3,3%. No entanto, como o Índice Nacional do Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi de 4,1%, o governo estabeleceu um reajuste R$ 8 maior, para R$ 1.039.

Em breve conversa com a imprensa nesta quinta, Bolsonaro comentou a medida provisória (MP) que prevê o aumento do salário mínimo. “Eu queria que botassem R$ 10 mil por mês, mas tem de saber de onde vai vir o dinheiro”, disse o presidente. Segundo ele, o reajuste dado “foi acima do que seria se a lei do PT estivesse em vigor”.

No entanto, esta informação é falsa. A Lei nº 12.382, sancionada por Dilma Rousseff em 2011, estabelecia que, entre 2012 e 2015, o salário mínimo seria reajustado pelo índice de inflação do ano anterior mais a variação do PIB de dois anos antes. Com isso, além dos 4,1% da inflação, o salário mínimo deveria ser acrescido de mais 1,3%, que foi o crescimento do PIB em 2018.

No Twitter, a presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, questionou a fala do presidente. “Não se iludam! Não teve aumento para o salário mínimo. O valor de $ 1.039,00 em 2020 considera expectativa de inflação de dezembro (preço da carne) e reposição de 2019, quando o reajuste ficou abaixo da inflação. Se a política do PT fosse mantida, o SM seria de $ 1.053,00”, escreveu a deputada.

 

Fonte: Sul 21

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