Nas ruas de Porto Alegre, milhares de mulheres protestam por direitos e contra feminicídio e Bolsonaro

A celebração de 8 de Março, Dia Internacional de Luta das Mulheres, terminou somente no início da noite desta segunda-feira (9) no centro de Porto Alegre. Após concentração no Largo Glênio Peres, foi realizado um ato unificado na Esquina Democrática seguido de uma marcha até o Largo Zumbi dos Palmares. As comemorações haviam começado neste domingo (8) com panfletagem e atividades culturais na Orla do Guaíba.

Clique aqui para acessar o panfleto da CUT-RS e entidades filiadas.

Milhares de mulheres de diferentes idades participaram da manifestação, que reuniu movimentos de mulheres, centrais, sindicatos, federações, movimentos sociais e partidos políticos de esquerda.

Compareceram várias parlamentares, como as deputadas federais Maria do Rosário (PT) e Fernanda Melchionna (PSol), as estaduais Sofia Cavedon (PT) e Luciana Genro (PSol), a vereadora Karen Santos (PSol) e a ex-candidata a vice-presidente e ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB).

Embora não se pronunciassem, os homens também marcaram presença apoiando a luta das mulheres, como o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, dentre vários dirigentes sindicais, os deputados Henrique Fontana (PT) e Elvino Bohn Gass (PT) e os vereadores Carlos Comassetto e Marcelo Sgarbossa, ambos do PT.

Pela vida das mulheres

No caminhão de som, representantes das entidades e movimentos se revezaram no microfone, levantando a voz para denunciar os ataques do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), do governador Eduardo Leite (PSDB) e do prefeito Nelson Marchezan Jr. (PSDB), e defenderam a vida das mulheres e as políticas públicas. Não faltaram protestos contra o machismo, o racismo, o fascismo e a violência.

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Elas criticaram também a reforma da Previdência, os cortes de recursos das universidades, o sucateamento das políticas de combate à violência contra a mulher, o aumento do conservadorismo, a precarização do trabalho e o desmonte dos serviços públicos de saúde e educação.

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As mulheres salientaram que o 8 de Março abre a agenda de lutas do ano, que continua com o ato que lembrará os dois anos da morte da vereadora Marielle Franco (PSol-RJ) no próximo sábado (14) e o dia nacional de lutas, protestos e paralisações que as centrais sindicais estão convocando para o dia 18 em defesa dos serviços públicos, empregos, direitos e democracia.

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Fora Bolsonaro e Lula inocente

Durante a caminhada, foram exibidas várias faixas e cartazes sobre as pautas das mulheres, como “Fora Bolsonaro”, “Lula inocente”, “Cristãs antifascistas”, dentre outras.

As falas continuaram e palavras de ordem foram entoadas, como “Companheira, me ajude que eu não posso andar só. Eu sozinha ando bem, mas com você ando melhor”, “A nossa luta é todo dia, somos mulheres e não mercadoria” e “Ô Bolsonaro, se liga aí: quem vai te derrubar também são as travestis” foram algumas das mais repetidas.

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RS é o terceiro estado com mais feminicídios

Do alto do caminhão, a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-RS, Ana Cruz, apontou que quem mais sofre com as políticas dos governos fascistas são as mulheres, as jovens, as negras e as LGBTs. “Queremos emprego, saúde e educação”, cobrou.

A dirigente da CUT-RS denunciou que “o RS é o terceiro estado em número de femicídios e isso é resultado da falta de investimentos do governo. Vamos dar uma basta nessa situação”. Ela aproveitou para perguntar: “quem mandou matar Marielle?”

A secretária-geral da CUT-RS, Vitalina Gonçalves, disse que “estamos fazendo uma jornada de luta contra o governo Bolsonaro, contra a retirada de direitos e contra o alto número de feminicídos, que precisam ser combatidos”. Para ela, “a vida das mulheres é muito preciosa, os direitos também, e nós não sairemos das ruas até que Bolsonaro caia, porque ele é o grande estimulador das políticas que atacam as mulheres”.

A diretora da CUT-RS e do Sintrajufe-RS, Mara Weber, frisou que “as mulheres estão nas ruas pela garantia de direitos e um mundo sem violência”. Ela destacou também os dois anos da morte de Marielle. “Assim como Lula foi preso por uma conspiração política, Marielle foi um assassinato político feito pelas milícias incentivadas pelo Bolsonaro”.

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Ninguém vai baixar a cabeça

Manuela ressaltou o quanto as políticas dos três governos afetam de formas diferentes homens e mulheres no país. “O congelamento na educação, a falta de vagas nas creches, não é igual para os homens e para as mulheres. O não investimento em saúde, o desemprego e o trabalho precarizado não atingem igualmente os homens e as mulheres”, disse a pré-candidata a prefeita.

Maria do Rosário disse que “nós vamos seguir juntas lutando por uma Porto Alegre justa, digna e por um Brasil melhor. Ninguém vai baixar a cabeça diante do machismo, da misógina, do ódio, da falta de creches, do desemprego e do desmonte do SUS. Somente a igualdade de direitos nos interessa. Somente a justiça social é o nosso rumo. Basta de toda opressão. O machismo mata, mas a nossa luta nos libera. Fora Bolsonaro”, ressaltou.

A união frente aos ataques dos governos foi colocada como necessária para barrar os retrocessos dos direitos das mulheres. “A única forma de nos defender é a nossa luta e a nossa mobilização, é unindo as mulheres cisgênero, as mulheres trans, as trabalhadoras, as donas de casa, para enfrentar os ataques do Bolsonaro, do Leite e do Marchezan”, afirmou Luciana.

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Assista à transmissão da CUT

 

Fonte: CUT-RS com Sul21

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