Campanha salarial 2021: após negociações frustrantes, sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo mobiliza categoria na Gedore
Primeiras reuniões com a patronal não resultaram em acordo e nova rodada deve
acontecer nesta quarta-feira (14) pela manhã
Após negociação com o Sindicato das Ind. Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico e Eletrônico de São Leopoldo (Sindmetal), o Sindicato dos Metalúrgicos realizou a primeira mobilização da categoria da campanha salarial de 2021, em frente aos portões da unidade do bairro Vicentina da Ferramentas Gedore e na fábrica da Taurus, na Av. São Borja, distrito industrial da cidade.
Na ocasião, os diretores do sindicato destacaram que, mesmo com a crise provocada pela pandemia de Covid-19, o município de São Leopoldo apresentou crescimento econômico acima da média gaúcha e nacional, com a indústria puxando a geração de empregos para cima.
“A campanha salarial já começou e chegou a hora de cobrarmos a nossa fatia do lucro das empresas da região. A choradeira da patronal já começou, dizem que o dólar está alto, mas o que nos importa é que a inflação está alta, estamos amargando perdas salariais enormes nos últimos 12 meses, afirmou Valdemir Pereira.
O secretário-geral da entidade chamou atenção dos trabalhadores que chegavam para a troca de turno sobre o percentual acumulado dos últimos 12 meses do Índice Nacional de Preços do Consumidor (INPC) que fechou julho em 9,22%.
“O que queremos é reposição já. Não deveríamos estar discutindo reposição, mas o ganho real da categoria”, enfatizou.
Para o presidente da entidade, Valmir Lodi, o momento não é de recuar nas negociações, pelo contrário, de exigir um aumento de 50% em cima do Produto Interno Bruto do estado do Rio Grande do Sul, que tem previsão de 5% para este ano.
“Temos uma perda de mais de 9% em cima dos salários e as empresas não querem repor isso, mesmo apresentando lucro em meio à pandemia. Não é preciso muito para entender do que estamos falando, basta ir hoje ao supermercado e voltar amanhã. A diferença de preços é gritante. Há quatro anos, um peão podia comprar um quilo de picanha por R$ 10,00 ou R$12,00. Agora não compra nem 500 gramas de carne moída por esse valor”, criticou. LodiConforme o dirigente metalúrgico, não haverá redução nos preços do gás de cozinha, da energia elétrica e dos alimentos e, se nada for feito, o padrão de vida dos trabalhadores será prejudicado consideravelmente.
“A Gedore faz parte da mesa de negociação do sindicato patronal e eles defendem o parcelamento do nosso reajuste. Não vamos aceitar isso, o que queremos discutir é reajuste e aumento real. A inflação os empresários já repassaram para o consumidor, só não querem é repor para o trabalhador, isso é absurdo”, avaliou Valmir, que também não aceita que clausulas sociais, como o quinquênio, sejam retiradas da convenção coletiva.
Nesta quarta-feira (14), os trabalhadores metalúrgicos voltam à mesa para nova rodada de negociações com a patronal. Se não houver consenso entre as partes, uma assembleia da categoria deverá ser convocada.