Banco do Brasil
Getúlio Maciel, dirigente do Banco do Brasil pela Fetec-CUT/SP e integrante da Comissão Executiva dos Funcionários do BB (CEBB), afirma que os resultados positivos também foram obtidos às custas da saúde dos funcionários. Nesse sentido, ele aponta que, até o mês passado, 4 mil colegas foram contaminados pela covid-19.
“Tristemente, a atual direção do BB apostou na imunidade de rebanho, comprometendo a saúde dos funcionários e de seus familiares, num claro alinhamento com a postura negacionista do desgoverno Bolsonaro”, afirmou ao site do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
Sobre os cortes, Maciel afirma que os funcionários estão sobrecarregados, acumulando funções e adoecendo. Como resultado, o atendimento aos clientes fica prejudicado. Assim, é o “cenário ideal”, segundo ele, para jogar a população contra a instituição. “É uma estratégia orquestrada para forçar a privatização do banco. Tudo aquilo que os governos de orientação neoliberal e os bancos privados querem”, afirma Getúlio.
Bradesco
Apesar de seguir registrando balanços positivos, o Bradesco fechou 448 agências. Em razão disso, inclusive, os trabalhadores denunciam sobrecarga de trabalho, aumento da exploração e piora no atendimento ao cliente. Apenas com o que arrecada com tarifas, a instituição cobre 128,66% de sua folha de pagamento, incluindo a PLR.
“O banco não tem por que demitir com esses resultados. Muito pelo contrário, tanto Bradesco quanto outros bancos poderiam contratar mais para contribuir com a geração de empregos, o que beneficiaria o país e faria com que atendessem melhor a população”, afirma a secretária-geral do sindicato, Neiva Ribeiro, bancária do Bradesco.
Itaú Unibanco
No Itaú Unibanco, os lucros foram equivalentes a mais de duas vezes e meia o gasto com pessoal. Somente o valor arrecadado com as tarifas, o banco consegue pagar toda a sua folha de pagamento e ainda sobram R$ 18,4 bilhões. No ano passado, o banco ampliou a sua base de clientes em 32,5%. A quantidade de trabalhadores, no entanto, aumentou apenas 8,0%.
“Novamente os dados reforçam que as contratações realizadas em 2021 não passaram nem perto de diminuir a sobrecarga de trabalho no Itaú, onde as metas são cada vez mais abusivas”, disse Marta Soares, secretária de Comunicação do sindicato e bancária do Itaú.
Santander
O banco espanhol foi o primeiro a apresentar seus resultados. O lucro líquido de R$ 16,3 bilhões representou alta de 7% em relação a 2020. Não por acaso, as operações brasileiras respondem por 26,9% do lucro global da instituição. O banco abriu cerca de 4,2 mil postos de trabalho no ano passado. A maior parte, no entanto, não são de bancários, mas funcionários terceirizados. Assim, as despesas com pessoal, incluída a PLR, caíram 1,7% no período.
“As agências permanecem com poucos funcionários, sobrecarregados, adoecidos, sofrendo assédio e uma pressão absurda por metas”, avalia a também diretora do Sindicato e coordenadora da COE Santander, Lucimara Malaquias. É o Santander reduzindo a remuneração e cortando direitos para majorar seu resultado às custas dos trabalhadores que constroem o lucro do banco dia após dia”, acrescenta.