“Todos os sindicatos tem as suas batalhas”, acredita o diretor do STIMMMESL, Eduardo da Costa Ribeiro

Evangélico da Igreja do Evangelho Quadrangular, o metalúrgico Eduardo da Costa Ribeiro tem 54 anos, é casado, mora em Sapucaia do Sul, há nove anos trabalha na Delga e antes, foi metalúrgico da Gerdau por quatro anos. Natural de Pelotas, já foi serralheiro, veio para a região em 2004 e atualmente, está no final do seu primeiro mandato como diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo e Região (STIMMMESL).

De acordo com ele, a experiência está sendo “muito boa”. Na entrevista desta sexta-feira (8), Eduardo conta como conheceu o Sindicato, fala sobre a necessidade de aproximação do movimento sindical com os trabalhadores evangélicos, das reformas que retiraram diretos e dos desafios para o próximo período.

 

Confira a íntegra da entrevista:

 

Conte um pouco da sua história. Como entrou no movimento sindical? 

Em 2004 vim trabalhar na Gerdau e foi onde tomei conhecimento do Sindicato, através de um colega que já era dirigente sindical e sempre falava do que a entidade podia fazer por nós, trabalhadores. O quanto o Sindicato nos ajudava nas reivindicações. De uma maneira geral foi assim que conheci o STIMMMESL e passei a vir aqui, foi nessa época que me associei.

 

 

 

Você está no final do seu primeiro mandato, como está sendo essa experiência pra ti? 

Muito boa. Além de tu conhecer outras empresas, outros sindicatos, tu percebe que a luta não é só aqui. Todos os sindicatos tem as suas batalhas, as suas dificuldades e fazem a luta.

 

Na tua opinião, como o Sindicato pode se aproximar dos trabalhadores evangélicos?

Complicado essa questão. Pois o movimento sindical defende a todos. E a classe evangélica, tem algumas coisas que não entende e se posiciona contra. Então vai ser um trabalho muito duro, complicado, mas tem quer ser feito e bem trabalhado para haver uma aproximação entre todos.

 

Você acha que falta consciência de classe para os trabalhadores?  

Acho que sim, pois o último governo prejudicou muito os sindicatos, quebrou com as entidades.

 

Na tua opinião, qual a importância dos sindicatos na vida dos trabalhadores? 

É importantíssimo. Mais importante ainda ter representantes em todas as empresas. Mas os sindicatos estão aí para ajudar os trabalhadores nas reivindicações por melhores condições, pois nem todas as empresas dão uma oportunidade para o trabalhador se expressar, reivindicar alguma coisa, então o Sindicato está aí para isso.

 

 

 

Qual a tua avaliação dos ataques que a classe trabalhadora tem sofrido desde o golpe de 2016. Como as reformas trabalhistas e da previdência? 

Isso devastou a classe trabalhadora, cada vez mais estão dificultando a vida do trabalhador, tirando direitos e atrapalhando de modo geral. Há muita dificuldade no chão de fábrica.

 

O movimento sindical, como um todo, está muito desacreditado. Como reverter isso? 

Os sindicatos precisam se reorganizar e lutar tudo de novo, ajudar o pessoal, conscientizar através dos veículos que nós temos, como A Marreta, por exemplo. É preciso puxar o pessoal de novo.

 

Na tua opinião, qual o principal desafio do movimento sindical no próximo período? 

Lutar para botar, de novo, um representante dos trabalhadores no governo federal. Só assim conseguiremos retomar os direitos que perdemos e tudo aqui que foi tirado de nós, no último governo. Tudo o que fomos perdemos aos poucos.

 

E da indústria? Como gerar empregos? 

Os patrões só querem ganhar, não estão pensando nos trabalhadores. O negócio deles é ganhar cada vez mais e nós, sindicatos, temos que nos reinventar e trazer a classe trabalhadora junto com nós para mudar essa realidade. 

 

Como atrair mais sócios para o sindicato?

Temos que conscientizar a classe trabalhadora, que sem o sindicato as coisas ficarão cada vez mais difíceis para nós.

 

 

Fonte: STIMMMESL

Imagens: Israel Bento Gonçalves (STIMMMESL)

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