Grupo que mais sofre preconceito dentro de empresas é LGBTQIA+, aponta pesquisa

Dentro do ambiente corporativo, 57% dos trabalhadores já escutaram algum tipo de piada ou comentário preconceituoso direcionado à comunidade LBGTQIA+.

É o que mostra uma pesquisa feita entre outubro 2021 e junho de 2022 pela consultoria global Great Place to Work (GPTW). A margem de erro dos dados é de 1 ponto percentual para cima ou para baixo.

Para o levantamento, foram entrevistados 14.082 colaboradores; destes, 10% se autodeclaram LGBTQIA+.

Discriminação

As piadas e comentários preconceituosos direcionados a LBGTQIA+ são os que acontecem com maior frequência: aproximadamente 9% dos entrevistados afirmaram que escutam com muita frequência, 15% com alguma frequência e 33% com pouca frequência.

Cerca de 44% afirmaram que nunca escutaram comentários desse cunho dentro do ambiente de trabalho.

Piadas e comentários preconceituosos direcionados a pessoas indígenas e pretas também se destacam: cerca de 8% e 7% dos entrevistados afirmaram ouvi-los com muita frequência.

A pesquisa também mostra que, dentre os colaboradores autodeclarados LGBTQIA+, cerca de 20% já sofreram algum tipo de discriminação, assédio ou intimidação na empresa. É o grupo que mais passa por essas situações.

“Embora tenha havido avanços recentes, a LGBTIfobia ainda é tolerada por parte da sociedade. Está no campo daquilo que se chama de “preconceito recreativo”, algo que parcela da sociedade ainda considera tolerável e de menor valor agressivo”, explica Ricardo Sales, CEO da Mais Diversidade.

Lideranças

O levantamento revela que 92% das pessoas em cargos de chefia, direção e presidência são cisheteronormativas. Dentre o grupo que se declara LGBTQIA+, 8% está em cargos de liderança e 6% ocupam a diretoria ou presidência da empresa em que trabalha.

Pauta avança, mas é preciso aumentar eficiência de ações afirmativas

Raul Valle, especialista em diversidade da GPTW e responsável pela pesquisa, afirma que “vemos a pauta de diversidade e inclusão considerada estratégica na agenda corporativa pelas empresas, mas na prática não vemos isso acontecer no sentido de colocar o tema como principal e ter ações voltadas para isso.”

Valle acredita que há uma falta de preparo das lideranças na hora de lidar com essas questões. “Se está no seu “DNA” que somos compostos por uma empresa diversa e inclusiva, dando alinhamentos, cada vez mais vamos conseguir evitar que funcionários LGBTQIA+ se sintam vulneráveis”, acrescenta.

Segundo Sales, nos últimos anos, muitas grandes empresas avançaram em termos de educação para o tema. “Para aumentar a percepção de eficiência dos programas, é preciso investir em iniciativas e ações afirmativas que de fato mexam os ponteiros”, diz.

Ele cita os programas de contratação de pessoas trans e o investimento social privado em projetos da comunidade LGBTQIA+, sobretudo aqueles vinculados ao empreendedorismo e geração de renda, como exemplo.

 

Fonte: CNN

Foto: Pixabay

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