“Se o sindicato for atuante, o trabalhador é parceiro”, garante o ex-dirigente do STIMMMESL, Eroni Moraes Ferreira

O trabalhador da Freios Controil, Eroni Moraes Ferreira foi diretor do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de São Leopoldo e Região (STIMMMESL) de 2009 a 2016, onde chegou atuar como secretário de Formação. Para ele, “se o sindicato for atuante, o trabalhador é parceiro”.

Hoje aos 44 anos, vive em Santo Antônio das Missões e trabalha na área de Hotelaria e Turismo. “Sou muito grato por todo o aprendizado partilhado no Sindicato. Levo pra vida, para as minhas decisões. Hoje tenho consciência de classe”, garante Eroni que nesta entrevista de sexta-feira (7), lembra a sua trajetória e ressalta a importância do movimento sindical.

Confira a íntegra da entrevista:

Conte um pouco da sua história. Como se interessou pelo movimento sindical?

Primeiramente acompanhava os eventos esportivos realizados pelo Sindicato. Depois fui convidado pelo Valmir, que hoje é presidente.

O que mais te marcou na tua experiência como dirigente sindical?

A primeira mobilização na frente da empresa, após ser dirigente sindical. Devido estar trabalhando na empresa, após a mobilização entramos para trabalhar e ao acessar a fábrica, fui carregado no colo para dentro. E os trabalhadores deram total apoio. Isso fez muita diferença para outras mobilizações e conquistas.

O que você diria para um trabalhador entrar para o movimento sindical?

Primeiramente não ter como uma ideia a estabilidade de emprego. É um erro. É preciso ter empatia pelos colegas e não aceitar as injustiças que têm no chão de fábrica.

Muitos diretores entram no movimento sindical após serem cipeiros ou negociadores de PLR. Qual a importância dessas ferramentas, tanto para os trabalhadores, como para os sindicatos?

É uma ferramenta para dar um apoio para os trabalhadores. Porém usado como um sistema de estabilidade de emprego. Usado da forma correta, é uma excelente ferramenta para trabalhadores e sindicatos.

Você foi secretário de Formação do STIMMMESL, qual a importância da formação para o movimento sindical?

A Formação é necessária. Compartilhar conhecimentos é agregar forças. Muitas vezes as entidades se preocupam em contar as histórias, porém isso não prepara um dirigente sindical para uma negociação com o empregador, por exemplo.

Você acha que falta consciência de classe para os trabalhadores?

Acredito que sim. Pois isso não é debatido dentro das escolas técnicas ou universidades. Acredito que a conscientização deve ter sua inicialização antes do trabalhador estar no chão de fábrica. Existem formas de usar as ferramentas sociais para deixar as entidades mais humanizadas.

Na tua opinião, qual a importância dos sindicatos na vida dos trabalhadores?

O sindicato é a única ferramenta que têm capacidade de defender e ajudar os trabalhadores. Seja dentro ou fora das empresas.

Fale um pouco da sua vida agora e como a experiência no STIMMMESL pode ter te ajudado?

Sou muito grato por todo o aprendizado partilhado no Sindicato. Levo pra vida, para as minhas decisões. Hoje tenho consciência de classe.

O movimento sindical, como um todo, está muito desacreditado. Como reverter isso?

Sendo mais humano nas suas decisões. Não é apenas a parte técnica que importa. O sindicato é visto sempre como vilão e essa desmistificação deve acontecer em palestras nas entidades. Em datas ocasionais e comemorativas como dia das Crianças, das Mães, dos Pais e principalmente, no dia dos trabalhadores. Às vezes, se faz ações em outras regiões e esquece da própria entidade. As disputas de poder entre as correntes políticas não fortalece a entidade, apenas o ego pessoal.

Na tua opinião, qual o principal desafio do movimento sindical no próximo período?

Mostrar que o sindicato é a melhor ferramenta na mão do trabalhador. Ter a confiança de sua categoria. Não deixar de dar respostas para o chão de fábrica. Se o sindicato for atuante, o trabalhador é parceiro.

Fonte: STIMMMESL

Imagens: Israel Bento Gonçalves (STIMMMESL)

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