Assembleia com trabalhadores da Inpel fecha semana de mobilização e marca um mês da campanha salarial
Esta sexta-feira (1º) completa um mês que o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de São Leopoldo e Região (STIMMMESL) está em campanha salarial 2025/2026 e com intensas mobilizações nas portas de fábricas da base. E hoje, a assembleia foi com as trabalhadoras e trabalhadores da Inpel, em Sapucaia do Sul, levando à categoria informações do andamento das negociações.
“A pauta da patronal é de retirada de direitos, como o quinquênio e horas extras, instalando o banco de horas. E isso não vamos aceitar”, garantiu o presidente do STIMMMESL, Valmir Lodi. Segundo ele, surgiu a proposta de uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) Extraordinária por conta do tarifaço do presidente do Estados Unidos, Donald Trump. “Isso também significa retirar direitos e não aceitamos, não vamos assinar CCT Extraordinária. Estamos abertos para conversas com alguma empresa atingida, mas queremos uma proposta digna, que possamos levar em assembleia e ter avanços”, seguiu ele.
O diretor do STIMMMESL, Genilso Vargas da Rosa lembrou que a campanha salarial é um momento muito importante para a categoria. “É agora que conseguimos o único aumento salarial para a maioria dos trabalhadores da nossa base e ratificamos a nossa CCT que tem as cláusulas e direitos que rege a relação trabalhador e empregador.” Ele disse ainda que anos atrás ser metalúrgico “era a certeza de mudar de vida e hoje, a maioria tem outro trabalho pra complementar a renda.”
Apoiando a mobilização, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita (STIMMMEC), Paulo Chitolina lembrou as dificuldades enfrentadas pela categoria nos últimos anos, com pandemia e enchente. “Agora com o tarifaço, os patrões querem outra Convenção Extraordinária, porém poucas empresas serão atingidas. A pandemia foi algo macro e a enchente afetou milhares de trabalhadores, por isso o cenário é diferente. E contem com os metalúrgicos de Canoas para fecharem uma boa campanha e garantir um reajuste”, declarou Chitolina.
A data-base é 1º de julho e até o momento, não há reunião de negociação agendada com a patronal.
A pauta de reivindicações desse ano é de reajuste de 10% para repor o poder aquisitivo do salário, perdidos entre 2019 e 2024, período em que aumentou consideravelmente o custo de vida no Brasil. Entre as outras reivindicações estão o fim do teto para o reajuste, o piso salarial de R$ 2.101,41, vale alimentação de R$ 815,57 (correspondente ao valor atual da cesta básica de acordo com os dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – Dieese), sem vínculo com assiduidade.
Fonte: STIMMMESL
Fotos: Kaylany Ferreira