67% dos brasileiros apoiam intervenção na Petrobras para baixar preços da gasolina
A maioria dos brasileiros (67%) é favorável a uma intervenção do governo de Jair Bolsonaro (PL) na Petrobras para baixar os preços da gasolina, reajustados com base na cotação do dólar em um país com uma moeda cada vez mais desvalorizada.
Apenas 26% dos brasileiros é contra a intervenção ou mudança da política da estatal petroleira. Outros 7% não souberam ou não quiseram responder à pergunta.
Os dados são da pesquisa PoderData, divulgada nesta terça-feira (3). Segundo a pesquisa, entre os mais pobres, que ganham até 2 salários mínimos, e são mais afetados com os mega-reajustes, 77% apoiam uma possível intervenção ou uma mudança na política adotada pela Petrobras, em 2016. Entre os mais ricos (com mais de 5 salários) o apoio é de 58%.
Mesmo entre os que avaliam Bolsonaro como “ótimo” ou “bom”, 63% são favoráveis à interferência do governo no preço da gasolina. No segmento que avalia o governo como “ruim” ou “péssimo”, o percentual sobe para 73%.
Escalada de preços
Os constantes reajustes dos combustíveis vêm impactando cada vez mais a inflação – prévia da inflação de abril foi a maior para o mês desde 1995 – desde que, sob o comando do ilegitimo Michel Temer (MDB), a Petrobras adotou a Política de Paridade Internacional (PPI), que segue os reajustes dos barris de petróleo e a cotação do dólar. Este ano, colocando a culpa na guerra da Rússia contra a Ucrânia, a estatal determinou um mega-reajuste de preços nos combustíveis, em março. Mas a culpa não é da guerra, é da PPI. A prova disso é que a gasolina brasileira é a segunda mais cara entre os maiores produtores de petróleo.
Segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que faz uma pesquisa semanal de preços, na semana passada a média cobrada pelo litro de gasolina no país foi de R$ 7,27 o litro, mas em São Paulo tem posto de gasolina cobrando mais de R$ 8. Já o preço do diesel S10 é o 2º maior da história: R$ 6,73.
De abril do ano passado a abril deste ano, os preços da gasolina subiram 30,12%, do diesel 52,53%, do etanol 30,55%, e o do gás de cozinha 32,45%. Tem estados onde o botijão de 13 quilos custa R$ 160.
Metodologia da pesquisa
O PoderData realizou a pesquisa entre os dias 24 a 26 de abril de 2022, por meio de ligações para celulares e telefones fixos.
Foram feitas 3.000 entrevistas em 283 municípios nas 27 unidades da Federação.
A margem de erro é de 2 pontos percentuais.
O intervalo de confiança é de 95%.
A pesquisa está registrada no TSE: BR-07167/2022.
Fonte: CUT Nacional
Foto: Reprodução