Recuperação da indústria depende de pacto pelo setor produtivo e apoio à educação, aponta IndustriALL
Um ciclo de meses de debates pelo país foi concluído ontem (20) com um diagnóstico de sindicalistas do setor industrial para a recuperação da atividade no Brasil. Assim, segundo eles, a retomada de um processo de desenvolvimento da indústria passa por um “pacto” do setor produtivo, inclusivo e sustentável. Além disso, é preciso articulação entre diversas áreas pela educação básica, fomentando a formação e a qualificação profissional.
O encontro realizado em São Paulo pela IndustriALL Brasil (que reúne entidades do setor ligadas à CUT e a Força Sindical) propôs ainda o desenvolvimento de centros de pesquisa, além da inserção dos trabalhadores no debate sobre a reindustrialização. Os sindicalistas defendem também uma reforma tributária “solidária e progressiva” e estímulo ao comércio exterior, entre outras estratégias.
Debate pelo país
Essa visão estratégica faz parte do Plano Indústria 10+, que fala em um processo de recuperação ligado a questões como educação pública de qualidade, moradia, saneamento básico e transporte. O evento, que percorreu nove estados brasileiros, foi realizado em parceria com a Sask (centro de solidariedade sindical finlandês) e a IndustriAll Global Union.
Na semana passada, por exemplo, a IndustriALL-Brasil realizou atividade na sede da CUT, também em São Paulo. “Precisamos discutir alternativas para os próximos anos. Não só a política industrial, mas os desdobramentos da política industrial e da reindustrialização no Brasil”, afirmou o economista Altair Garcia, do Dieese. “Esse tema é fundamental para pensar o desenvolvimento e as repercussões que a indústria pode ter do ponto de vista dos rumos do país, seja do ponto de vista ambiental como da geração de empregos”, acrescentou.
O plano Indústria 10 visa a articular uma política industrial nacional, lembram os sindicalistas, com foco em inovações tecnológicas, entre outros temas. Os trabalhadores apontam a necessidade de ampliar a atividade econômica, que não pode se basear apenas em um setor – no caso, o agronegócio.
Por isso, o debate precisa envolver todos as áreas, lembra o presidente do sindicato, o metalúrgico Aroaldo da Silva. “A IndustriALL-Brasil nasce justamente com esse objetivo, buscando o diálogo e a sinergia de todo este acúmulo gerado pelo debate dos setores e das regiões”, afirma. “Esse debate está ligado não só à questão do emprego e da sobrevivência das famílias, mas, sobretudo, ao desenvolvimento dos mais diversos setores, garantindo o fortalecimento produtivo, a pauta sustentável e a modernização tecnológica”.
Fonte: Rede Brasil Atual com informações da CUT
Foto: IndustriALL Brasil