Metalúrgicos pressionam patrões para participar de debates sobre setor siderúrgico

Trabalhadores metalúrgicos que fazem parte das indústrias do segmento siderúrgico em todo o país pressionaram os patrões esta semana para que sejam incluídos nos debates estratégicos sobre a indústria do aço.

Na segunda-feira (5) houve reunião de dirigentes da CNM/CUT e da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos, da Força Sindical) com a direção do Instituto Aço Brasil, principal entidade patronal do segmento siderúrgico brasileiro, no qual os representantes dos trabalhadores levaram novamente a pauta da categoria aos empresários. E na terça-feira (6) foi realizado o Dia Nacional de Luta do Segmento Siderúrgico, com assembleias e panfletagem na portaria das fábricas que fazem parte do setor do aço.

Desde setembro do ano passado os sindicalistas estão pautando o governo federal, parlamentares e empresários da indústria do aço, realizando encontros com a categoria pelos estados, abrindo mesas de conversas tripartites, e estimulando a criação de uma Frente Parlamentar em Defesa da Indústria do Aço, no intuito de defender o reaquecimento da indústria siderúrgica nacional desde que se leve em conta a defesa dos direitos dos trabalhadores.

Segundo o presidente da CNM/CUT, Loricardo de Oliveira, os trabalhadores exigem que as políticas públicas voltadas para o segmento sejam feitas de forma conjunta com governo, empresários e trabalhadores. “Não queremos que a indústria tenha apenas políticas individualizadas, como tem sido feito por alguns setores empresariais”, alertou.

Loricardo disse que existe um compromisso de que haverá uma nova reunião com dirigentes do Instituto do Aço para a construção de uma agenda conjunta entre empresários e trabalhadores para o segmento.

“Nós defendemos a indústria, defendemos o setor produtivo, mas precisamos ter o trabalho nesta agenda e para isso nós temos alguns pontos que são importantes, como a contratação coletiva, por exemplo. Nós já apresentamos, antes da pandemia inclusive, uma proposta de um contrato coletivo nacional de saúde e segurança para o patronal”, afirma o dirigente.

Por fim, o presidente da CNM/CUT destaca que a mobilização dos trabalhadores no chão de fábrica, como ocorreu na terça-feira, é importante para mostrar aos empresários que a categoria quer ser protagonista. “Não queremos apenas sentar para conversar e dialogar, é preciso que as agendas caminhem em conjunto, que o trabalho e os trabalhadores realmente façam parte dos planos da indústria, ter pautas comuns e convergentes e nas que são divergentes poder construir um entendimento”.

Entrega de panfletos na portaria da Gerdau,em Sapucaia do Sul (RS)

União por mais direitos

O coordenador do segmento siderúrgico da CNM/CUT, Fábio Piontkwski, destaca a importância da força dos trabalhadores no Dia Nacional de Luta do Segmento Siderúrgico, principalmente na união das confederações metalúrgicas de duas centrais, CUT e Força Sindical.

“A gente deixou claro que as duas maiores centrais do Brasil, tanto a CUT, quanto a Força Sindical, encamparam esse projeto de âmbito nacional em defesa dos trabalhadores do segmento siderúrgico e que isso devia ser um chamamento social para que se entenda que não é só uma questão política, do governo dar isenção de impostos a grandes empresas e não haver contrapartida aos trabalhadores, é uma questão social que precisa reverberar para que efetivamente nós consigamos avançar nos quesitos de contrapartida que são necessários para compensar esses investimentos”. disse Fábio.

A união de sindicatos diferentes também foi elogiada pelo outro coordenador do segmento siderúrgico da CNM/CUT, Flávio Paiva.

“A gente conseguiu fazer uma manifestação que demonstrou força e união dos sindicatos, e conseguimos mobilizar um conjunto de vários sindicatos de segmentos siderúrgicos, inclusive de outras centrais. Isso mostra que quando alinhamos que o pleito tenha o mesmo objetivo em conjunto, é importante nos mobilizar para poder conseguir alcançar mais trabalhadores e levar o conhecimento e o entendimento e as nossas reivindicações para a categoria a qual nós representamos”, enfatiza Flávio.

Fonte: CNM/CUT

Foto: Reprodução

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