Greve Geral tem adesão e apoio histórico e ultrapassa os 35 milhões de 1989

Com o sucesso do movimento, objetivo agora é reverter votação da Reforma Trabalhista no Senado e retirar a proposta do fim da aposentadoria na Câmara

 

Segundo dirigentes da CUT Nacional, foi a maior greve dos últimos 100 anos e agora o objetivo é rever os votos dos senadores com a Reforma Trabalhista que já passou na Câmara e retirar da pauta dos deputados a Reforma da Previdência nos próximos dias.

 

Desde a tarde quarta-feira (26), a revista Veja abriu uma enquete em seu site com a seguinte pergunta: “você concorda com a greve geral desta sexta-feira?” Até às 16h desta sexta, 755.260 (96%) pessoas se disseram favoráveis à paralisação. Outras 28.716 (3,66%) se mostraram contrárias. Coincidentemente, o percentual de pessoas contra a greve é exatamente o mesmo de aprovação do governo golpista de Temer (4%), conforme a pesquisa realizada pela consultoria Ipsos e publicada na BBC Brasil.

 

Essa é a maior greve trabalhista já realizada no país e foi comparada ao movimento de 1989, quando 35 milhões de trabalhadores aderiram ao movimento. “Ainda não há estimativa, mas a com certeza vai ultrapassar esse número”, disse o presidente Nacional da CUT, Vagner Freitas para o Congresso em Foco.

 

Todas as categorias e todos os Estados participaram da Greve Geral e de atos contra as reformas de Temer e seus aliados.

 

“A população apoiou a greve, a população fez greve! Nós ganhamos a opinião na disputa política. Agora tem que ganhar o que? Os votos dos congressistas. Quer se reeleger em 2018? Não vote com as reformas de Temer!”, alertou Freitas. “Agora o Senado vai ter oportunidade de legislar com a opinião pública”, completa.

 

"Os metalúrgicos de todo o país e as centenas de outras categorias que cruzaram os braços deram uma demonstração de que não vão aceitar o desmonte de seus direitos e do Brasil que os golpistas querem promover. O apoio à nossa luta é crescente e já estamos revertendo a opinião daqueles que até torceram pelo impeachment da presidenta Dilma. Agora, esta parcela está se conscientizando de que sempre estivemos certos em denunciar o golpe", assinalou Paulo Cayres, presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT).

 

A Reforma Trabalhista foi aprovada por 296 votos a 177 e agora será votada no Senado. A proposta de rasgar a CLT pode ser recebida de forma diferente pelos senadores. Para Vagner Freitas, a Greve Geral dá condição de reverter à situação.

 

“É mentira que a Reforma Trabalhista vai gerar emprego. É mentira que a Previdência está quebrada. Fizemos uma greve extramente pacífica com apoio da população brasileira, sinal de que o povo entendeu que as duas reformas, tanto da Previdência quanto a trabalhista, são desastrosas para o país”, afirmou o secretário geral da CUT Nacional, Sérgio Nobre.

 

Sérgio disse que a tarefa agora é continuar a mobilização. “Nós marcamos um gol, mas o mais importante é lutar até que as reformas sejam retiradas e é por isso que a população tem que continuar organizada e seguindo orientações dos movimentos sociais e das centrais sindicais. Tenho certeza que a população brasileira vai derrotar essas reformas”.

 

Os sindicalistas fazem questão de frisar que o grande ganho da Greve Geral foi a consciência da sociedade. "Dia 1º de Maio tem mais", reforçou Paulo Cayres.

 

“A sociedade hoje decretou que é contra as reformas do Temer, que é contra o governo. Governo Temer que já estava capengando, hoje é sepultado. Ele tem 4% de credibilidade. Com o movimento de hoje, com certeza esse índice caiu mais!”, finalizou o presidente da CUT.

 

Fonte: CUT Nacional, com informações da CNM/CUT

 

 

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