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Metalúrgicos promovem dia nacional de paralisações contra retirada de direitos e para construir greve geral nesta quinta

Após a mobilização realizadas pelas centrais sindicais no último dia 22, as federações de metalúrgicos do país estão convocado para esta quinta-feira (29) o Dia Nacional de Paralisação dos Metalúrgicos contra a retirada de direitos trabalhistas, em defesa da democracia e pela construção de uma greve geral.

 

O presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Paulo Cayres, afirma que a mobilização está sendo construído em conjunto pelas centrais sindicais, federações e sindicatos que representam a categoria pelo país. Ele aponta que os trabalhadores do setor metalúrgico foram os mais afetados pela crise econômica brasileira, tendo sido atingido em cheio por demissões em massa, e que não aceitarão a retirada de direitos trabalhistas e uma reforma da previdência que estabeleça uma idade mínima única para a aposentadoria.

 

“O objetivo claro do ato é nenhum direito a menos, independente do governo. Qualquer governo que quiser mexer nos nossos direitos, nós seremos contra. Essa é a posição de todas as centrais”, afirmou Cayres. “Se fosse um governo eleito democraticamente, nós não aceitaríamos mexer nos nossos direitos, que dirá um que não teve um voto sequer”, complementou.

 

O sindicalista também aponta que a paralisação tem também o objetivo de marcar posição em defesa da democracia e de ajudar a construir uma greve geral em todo o país. Segundo ele, é preciso dar um “tempo de maturidade” para que os trabalhadores enxerguem os ataques que estão sofrendo e participem da construção da greve. “Antes do golpe, tinha trabalhador que me vaiava quando falava de retirada de direitos, hoje estão parando voluntariamente para ouvir o sindicato”, pontuou.

 

Cayres avalia ainda que o governo Temer está adotando uma agenda em nome da “produtividade” da indústria, mas que não dará certo porque resultará na precarização das condições da classe trabalhadora. “Se eles acham que produtividade se dá com aumento de jornada e redução de salário, estão muito enganados. Isso é o atraso. Vai ver se o alemão está trabalhando 80 horas. Os países com maior produtividade tem jornadas de 36 horas, maiores salários e trabalhadores mais qualificados”, pontuou. “Estamos alertando o governo para que ele não faça isso, porque o enfrentamento vai ser cruel. Nós não vamos aceitar que os trabalhadores paguem a conta desse golpe, até porque nós não aprovamos essa agenda em eleição”, complementou.

 

O ato deverá acontecer em pelo menos 15 estados. No Rio Grande do Sul, há previsão de mobilização em ao menos 10 municípios: Rio Grande, Panambi, Santa Rosa, Horizontina, Carazinho, São Leopoldo, Canoas, Cachoeirinha, Venâncio Aires e Porto Alegre.

 

Jairo Carneiro, presidente da Federação dos Metalúrgicos do RS (FTM-RS/CUT), pondera que o ato no RS será em defesa da aposentadoria e contra a reforma da previdência, em defesa dos direitos trabalhistas, contra o desemprego e a terceirização, por saúde, educação, moradia e transporte, contra o desmonte da justiça do trabalho e pela redução da taxas de juros.

 

Ele afirma que não serão realizados piquetes em portas de fábrica para impedir a entrada de trabalhadores. Segundo ele, será realizada uma “mobilização de consciência”. “Não é uma greve para impedir o trabalhador de trabalhar, é uma mobilização dos trabalhadores pelos seus direitos”. pondera.

 

Segundo Carneiro, os sindicatos irão se mobilizar desde o início da manhã – a partir de 5h e 6h – e deverão realizar ações definidas de forma autônoma pelos sindicatos locais ao longo da manhã.

 

Fonte: Sul 21

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