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Com apoio dos trabalhadores, Sindicato realiza grande assembleia na Gerdau

A direção do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de São Leopoldo e Região (STIMMMESL) realizou uma grande assembleia com as trabalhadoras e trabalhadores da Gerdau, na planta de Sapucaia do Sul, paralisando as atividades da empresa no começo da manhã desta quarta-feira (5). O vale-refeição (VA), as posturas desrespeitosas do setor de Recursos Humanos, a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e a situação dos trabalhadores terceirizados foram os principais pontos de pauta.

 

 

“A direção da Gerdau acha que os trabalhadores são máquinas tamanho o desrespeito com quem trabalha na empresa”, declarou o presidente do Sindicato, Valmir Lodi ao relatar que há diversas chefias pressionando os trabalhadores, com ameaças de que não haverá o pagamento da PLR, em janeiro. “Caso zerem a PLR, vamos parar a empresa”, prometeu.

Valmir também destacou que o Sindicato procurou a Gerdau para tratar do aumento do vale-refeição, que hoje é de R$ 327,00. “A empresa diz que só pode reajustar o vale se, em troca, tirar o quinquênio. Vejam, que absurdo não valorizam os trabalhadores que além de um salário baixo ganham um VA com esse valor, que sabemos não dá para nada. Nós não vamos aceitar essa chantagem.”

 

 

Outro ponto debatido é que há anos, o Sindicato entrega os brindes anuais aos sócios dentro da empresa, porém semana passada, o RH tentou definir quais dirigentes sindicais entrariam para fazer a entrega. “Isso não existe, é prática antissindical. Querem escalar o nosso time, se meter no Sindicato. Temos quatro diretores aqui na Gerdau e isso tem que ser respeitado”, afirmou Valmir.

 

 

O diretor do Sindicato e trabalhador da Gerdau, Alexandro Braga também enfatizou as reclamações referentes ao RH, com o alto número de suspensões, advertências e demissões por justa causa. “Se isso, diminuísse o número de acidentes, se resolvesse alguma coisa, mas não, apenas humilham os trabalhadores. A empresa não valoriza os novatos, que entram recebendo um salário muito baixo, tanto que muitos preferem trabalhar em outros lugares”, ponderou.

O dirigente também falou que o valor pago no VA em outras plantas é o dobro ou até mais do que os trabalhadores recebem em Sapucaia. “Os trabalhadores mais antigos sabem que muita coisa mudou na Gerdau, a empresa valorizava quem trabalhava, todos recebiam um salário melhor e hoje a realidade que vivemos aqui é uma vergonha”, disse.

 

 

“Muitos acionistas e empresários nem sabem o que se passa dentro das fábricas, pois só pensam em lucros”, declarou o secretário-geral do Sindicato, Valdemir Ferreira Pereira, que também é metalúrgico da Gerdau. “Anos atrás, as pessoas entravam na Gerdau e se aposentavam aqui dentro. Hoje, perdemos a nossa força de trabalho, somos desvalorizados e os gestores não respeitam mais a marca Gerdau.”

 

 

Ele também explicou aos trabalhadores que devido a empresa ser uma multinacional, os casos de assédios moral e pressões psicológicas que ocorrem podem ser denunciadas para o Ministério Público do Trabalho (MPT) e para Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Ao longo da atividade, o Sindicato realizou a entrega do brinde aos associados, associou novos trabalhadores e serviu um café para todos que estavam na assembleia.

 

 

Fonte: STIMMMESL

Fotos: Renata Machado

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