Em dia de assembleia geral, STIMMMESL realiza atos simultâneos na Delga e na Gerdau
Na manhã desta terça-feira (18), o Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo e Região (STIMMMESL) realizou assembleia com os trabalhadores (as) da Delga e da Gerdau. As atividades integram as intensas mobilizações do Sindicato que está em estado de greve. Em campanha salarial, as negociações que não avançam devido à pauta de retirada de direitos apresentada pela entidade patronal. O principal objetivo era pressionar os patrões para que mudem a proposta do banco de horas.
Na Delga, o vice presidente do STIMMMESL, Rogério Cidade ressaltou que a categoria está entendendo a gravidade do momento. “A nossa categoria tem a consciência da necessidade de união para enfrentar esse ataque dos patrões, que com o respaldo da Reforma Trabalhista querem desmontar a nossa Convenção”, salientou.
A diretora do Sindicato e trabalhadora da Delga, Simone Peixoto, abordou o aspecto machista da Reforma Trabalhista. “Quando entrei na empresa, eramos 10% do quadro de pessoal, hoje não chegamos a 5%, isso é fruto do desmonte nos nossos direitos”. Simone convocou todos para comparecerem na assembleia geral. “Só assim vamos parar esse ataque aqui na nossa base e enfrentar essa Reforma”.
Os dirigentes que trabalham na Gerdau se manifestaram em frente a empresa repudiando a postura da patronal. Diomar Machado chamou atenção para os danos do banco de horas individual. “O trabalhador perderá em qualidade de vida e em saúde. Não podemos aceitar isso. Quando alguém faz hora extra não é porque gosta e porque precisa”. Ele lembrou ainda que a Gerdau é pioneira na retirada de direitos.
Para Sílvio Bruno Lopes o Sindicato é apenas uma ferramenta e toda decisão passa pela categoria. “Por isso, todos precisam ir na assembleia, garantir nossos direitos. A reforma trabalhista mexeu em 117 itens da CLT, a patronal queria mexer em mais de 10 cláusulas da CCT. Amanhã o que eles vão querem tirar?”, indagou.
Gilmar Tuhtenhagen falou da importância de todos participarem da assembleia. De acordo com ele, essa campanha salarial “é apenas uma amostra do que é a reforma trabalhista e de quanto os direitos serão sucateados. Não é o fim de luta, mas apenas o começo”.
“É uma situação totalmente diferente, pois é a primeira vez que os patrões querem desmontar a nossa Convenção”, alertou Alexandro Braga, destacando também a necessidade de todos lotarem o Sindicato, na assembleia, para defender seus direitos. “Se isso passar será uma tragédia trabalhista”.
Secretário geral do STIMMMESL e membro da mesa de negociação, Valdemir Pereira relatou as reuniões com a patronal. “Ontem, eles falaram que estão sendo bonzinhos com a gente”. Segundo Valdemir, caso eles consigam retirar direitos da CCT, o próximo passo ser a implantar toda a Reforma “viveremos uma grande escravatura legalizada”.
Coordenando a assembleia, Anderson Macedo Gauer afirmou que o Sindicato nunca entregou direitos. “Vocês lembram de 2015, quando a Gerdau tentou tirar os direitos aqui na planta? E este ano, estamos desde julho relatando as negociações e apenas a nossa resistência vai barrar esse ataque”. De acordo com o dirigente, o recado foi dado, “eles tem até às 18h para alterarem a cláusula do banco de horas, pois não aceitaremos esse desrespeito”.
Assembleia geral
A proposta inicial da patronal previa a retirada do quinquênio e da garantia ao aposentando, homologação apenas na empresa, alterações na revista pessoal, no auxílio-estudante e na marcação do ponto, férias parceladas em três vezes e trabalho aos sábados, entre outras medidas que prejudicam os trabalhadores. Agora o grande entrave é sobre o banco de horas individual.
O STIMMMESL reivindica o índice da inflação, mais aumento real e manutenção da Convenção. Ainda hoje, a categoria se reúne em assembleia, na sede da entidade, com a 1ª chamada às 18h e a 2ª, às 18h30.
A atividade de hoje contou com o apoio da Federação dos Metalúrgicos do RS e representantes dos sindicatos dos metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita, Cachoeirinha e Porto Alegre.
Fonte: STIMMMESL