CNM e sindicatos da região debatem a mini reforma trabalhista
Os dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo e Região (STIMMMESL) participaram da plenária regional da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), realizada na manhã de sábado (28), no Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre. Cerca de 100 dirigentes da capital, São Leopoldo, Canoas e Cachoeirinha debateram como enfrentar a Mini Reforma Trabalhista.
“Hoje seria um dia de formação da nossa direção. Porém, mudamos a data para fazermos essa conversa da Confederação com as entidades da região. Precisamos nos organizar para enfrentar os desafios do novo ataque do governo”, disse ao abrir a reunião, o presidente do Sindicato de Porto Alegre, João Batista Massena.
O presidente da Federação da Federação dos Metalúrgicos do RS (FTM-RS), Lírio Segalla, também ressaltou a importância da atividade diante da nova realidade imposta pelo desmonte da CLT. “A conjuntura exige que os sindicatos se organizem de forma diferente. A Federação defende a organicidade e representatividade como eixo central dos 29 sindicatos filiados para se fortalecer diante dessa realidade”.
Lírio citou ainda o operário Santo Dias como um exemplo de militante para reestabelecer esse espírito nos dirigentes. De acordo com ele, no próximo período, a FTM-RS estará focada no debate sobre a Participação nos Lucros e Resultados. “Vamos capacitar nossos dirigentes, a PLR é um direito constitucional e não um instrumento de gestão como fazem muitas empresas”, disse.
Já o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, mapeou os presentes e declarou que a reunião tem que ser propositiva. “Todo ciclo ruim também chega ao fim, porém precisamos ter estratégias para encurtar essa face. Temos que sair daqui de cabeça erguida, confiantes para as nossas tarefas”, afirmou Claudir.
O secretario geral da CNM/CUT, Loricardo Oliveira apresentou os metalúrgicos gaúchos que integram a direção da Confederação e disse que tudo que é debatido nacionalmente conta com esses dirigentes que representam a categoria de todo o estado. “Os metalúrgicos aqui do Rio Grande do Sul são fundamentais para a formulação de políticas estratégicas para o desenvolvimento da indústria”, enfatizou.
Assim que começou sua manifestação, o presidente da CNM/CUT, Paulo Cayres disse que a mudança de estrutura sindical que o governo deseja ainda está invisível. Ele lembrou o desafio que foi quando o governo acabou com o imposto sindical, “a CUT sempre foi contra esse imposto, porém muito dos nossos sindicatos dependiam dele e esse foi o primeiro ataque ao movimento sindical”.
Em seguida, Cayres lembrou outros ataques como a Medida Provisória (MP) 873, que extinguia o desconto em folha dos associados, e acabou caducando. “Antes mesmo de assumir, o governo Bolsonaro acabou com o Ministério do Trabalho e faz de tudo para acabar com a justiça do trabalho. Não satisfeito, agora está com a MP 881, chamada de mini reforma trabalhista”, enumerou.
A Medida altera 36 itens da CLT e prevê a criação de sindicatos por empresa como é no México e no Chile, que são os países que eles usam como referência. “Com essa fragmentação dos sindicatos, seria o fim da representatividade”, alertou o dirigente. “Por isso, é fundamental construirmos um contraponto de enfrentamento a essa MP. Pois uma coisa é ser plural na luta, outra é pulverizar para enfraquecer, como eles querem. Não podemos permitir isso”, disse Cayres.
Quando o debate foi aberto para a plenária, o presidente do STIMMMESL, Valmir Lodi destacou a importância da Federação, da Confederação e da CUT. “Quando um sindicato precisa, quem está lá para dar respaldo?”, questionou ele, afirmando que são essas entidades que apoiam o sindicalismo combativo. Valmir também criticou o alto número de oposição no Sindicato: “muitos não entendem a nossa luta, não tem consciência de classe”.
Ficou encaminhando que os sindicatos continuarão essa discussão nas suas instâncias e pensarão e, medidas de enfrentamento a essa mini reforma trabalhista.