Governo autoriza mais 57 agrotóxicos e total de pesticidas no país sobe para 382
Entre os novos agrotóxicos liberados, se destaca o que tem o ingrediente ativo dinotefuram, que poderá ser usado nas lavouras para combate a insetos sugadores como percevejos e mosca branca
O Ministério da Agricultura divulgou nesta quinta-feira (3) a liberação de mais 57 agrotóxicos e total de pesticidas aprovados pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL) chega a 382 em apenas nove meses de mandato. É o maior nível de registro de defensivos agrícolas da série histórica, iniciada em 2005. No mesmo período de 2018, até então o maior nível de liberação, foram 314 registros.
Entre os novos agrotóxicos liberados, se destaca o que tem o ingrediente ativo dinotefuram, que poderá ser usado nas lavouras para combate a insetos sugadores como percevejos e mosca branca.
Detalhe: Os produtores rurais que usarem este produto terão restrições quanto a dose máxima permitida e proibição de uso no período de floração dos cultivos, restrições estabelecidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a proteção de insetos polinizadores.
Segundo o governo, dos 382 agrotóxicos registrados neste ano, 214 são produtos técnicos, ou seja, destinados exclusivamente para o uso industrial. Outros 168 são produtos formulados, aqueles que já estão prontos para serem adquiridos pelos produtores rurais mediante a recomendação de um engenheiro agrônomo. E 24 são produtos biológicos e/ou orgânicos.
O que explica o ritmo acelerado na liberação de agrotóxicos, de acordo com o governo, são as medidas de desburocratização que foram adotadas desde 2015.
Para ambientalistas, no entanto, a aceleração do ritmo de aprovações é uma forma de o governo colocar em prática tópicos do polêmico projeto de lei 6.299/02, que ficou conhecido como “pacote do veneno”, que ainda está em discussão na Câmara dos Deputados.
Pesquisa da ONG Suíça Public Eye revela que 70% dos agrotóxicos utilizados no Brasil são altamente perigosos – 44% são proibidos na União Europeia por apresentarem riscos à saúde e ao meio ambiente.
Fonte: CUT- Brasil