Live do Sindicato debate o emprego após pandemia
Atividade virtual integra a campanha salarial da categoria
Na noite desta quinta-feira (1º), o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de São Leopoldo e Região (STIMMMESL) realizou a live “Campanha salarial: emprego após pandemia”, com o presidente do STIMMMESL, Valmir Lodi e o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Ricardo Franzoi. O secretário de comunicação, Anderson Macedo Gauer foi o mediador da conversa.
Neste ano atípico, o Sindicato renovou as cláusulas sociais da Convenção Coletiva de Trabalho 2020/2021. Porém, deixou as negociações sobre o reajuste salarial para novembro, por ser de entendimento da categoria que a negociação era inviável meses atrás, quando o cenário era de incertezas devido à pandemia do covid-19.
O economista apresentou informações para a negociação coletiva com um apanhado de dados do ano anterior e durante o período da pandemia, que iniciou na segunda quinzena de março. “Houve sim uma paralisação econômica no país, porém nem todos os setores foram prejudicados. O setor industrial, por exemplo, foi afetado, mas por outro lado foi um dos setores que mais recebeu ajuda do governo”, explicou Franzoi.
Segundo o economista, a indústria corresponde à 28,8% do Produto Interno Bruto (PIB) de São Leopoldo, maior do que índice do setor no PIB do estado. Outro aspecto positivo apresentado pelo economista é que no saldo do emprego formal, apesar das demissões, o município tem o melhor resultado entre as cidades analisadas. Franzoi também fez um apanhado das negociações de todo o país, cuja maioria fechou com índices de reajuste acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
“Não vemos no governo do estado, uma política ou até mesmo uma preocupação com o setor da indústria, que é importantíssimo. Parece que o Rio Grande do Sul irá virar uma grande fazenda, para produzir soja e exportar. Essa é a única preocupação do governo”, declarou ele.
Após, o presidente do Sindicato lembrou que a entidade fez inúmeros acordos para minimizar os impactos da pandemia para os trabalhadores da base. “Nós já colaboramos com os empresários ao não debater as cláusulas salariais no início da pandemia, agora será a vez dos patrões retribuírem, mesmo sabendo que eles nunca querem dividir o lucro deles”, disse Valmir.
O dirigente ressaltou também que há sim, muitas empresas contratando, com trabalhadores fazendo horas extras e até mesmo criando novos turnos de trabalho devido a demanda da produção. “As empresas estão produzindo e lucrando, por isso nós não vamos aceitar abono como a patronal quer. Nós vimos os dados, eles podem sim dar um reajuste acima da inflação”, afirmou ele.
Por fim, Valmir chamou atenção para a apresentação feita pelo economista do Dieese, que está disponível na live. “Diante de todos esses dados, não tem porque a patronal continuar com esse discurso. Além disso, é importante para os trabalhadores entenderem de onde a gente tira os dados e os números para brigar na mesa de negociação, nada é da nossa cabeça, nós temos um respaldo técnico para enfrentar o desrespeito da patronal”.
A live do Sindicato pode ser conferida aqui.
Fonte: STIMMMESL