Gás de botijão tem alta acumulada de 20%. Alimentos também subiram de preço em abril
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) teve alta de 0,60% neste mês, segundo o IBGE. Ficou abaixo de março (0,93%), mas muito acima de abril de 2020 (-0,01%). Com isso, a “prévia” da inflação oficial soma 2,82% no ano. Em 12 meses, chega a 6,17%. É a primeira vez, em quase cinco anos, que o IPCA-15 rompe o patamar de 6%. Itens como gasolina e gás acumulam altas acima dos 20%.
De acordo com o IBGE, sete dos nove grupos registraram alta em abril. Destaque, mais uma vez, para Transportes, que embora tenha subido menos (1,76%) contribuiu com mais da metade do resultado mensal (0,36 ponto percentual). Os combustíveis tiveram aumento médio de 4,87%: o preço da gasolina – que sozinha respondeu por metade do IPCA-15 – subiu 5,49% e o do etanol, 1,46%, enquanto o óleo diesel aumentou 2,54%. Em 12 meses, os combustíveis acumulam alta de 28,26%, ultrapassando 47% no Distrito Federal e 35% em Curitiba.
Pão e leite mais caros
Ainda nesse grupo, o item trem teve aumento de 0,79%, devido a reajuste no preço das passagens no Rio de Janeiro. Depois de três quedas, as passagens aéreas também tiveram alta (6,27%). O instituto apurou ainda elevação nos preços dos automóveis novos (0,41%) e usados (0,80%), além de pneus (2,63%). Por outro lado, registrou queda em três itens: seguro de veículos (-3,14%), transporte por aplicativo (-3,55%) e aluguel de veículo (-6,04%).
Em Alimentação e Bebidas (0,36% no mês), o item alimentação no domicílio, que havia caído em março, agora subiu 0,19%. Contribuíram para isso altas de produtos como pão francês (1,73%) e leite longa vida (1,75%). As carnes continuaram subindo (0,61%), mas em ritmo menos intenso. Somam 31,55% em 12 meses. Entre as quedas de abril, o IBGE cita cenoura (-13,58%), batata inglesa (-5,03%), frutas (-2,91%) e arroz (-1,44%). Fora do domicílio, aumentaram os preços tanto do lanche (1,34%) como da refeição (0,57%).
Gás e energia também sobem
Com alta de 0,45%, o grupo Habitação teve o impacto do gás de botijão (2,49% e 0,03 ponto). O produto acumula 20,22% em 12 meses. A energia elétrica também subiu (0,47%), assim como o gás encanado (0,20%).
Outro aumento veio do grupo Saúde e Cuidados Pessoais: 0,44%. Os planos de saúde subiram 0,66%, em média, enquanto os produtos farmacêuticos tiveram alta de 0,53%.
Nas áreas pesquisadas, todas com alta, a maior foi apurada em Brasília (0,98%) e a menor, na região metropolitana de Belém (0,39%). Na Grande São Paulo, o IPCA-15 subiu 0,47%. Em 12 meses, o índice vai de 5,46% (São Paulo) a 7,57% (Fortaleza).
Fonte: Vitor Nuzzi, da Rede Brasil Atual (RBA)