Nos primeiros meses de governo, inflação não para de crescer

Segundo o IBGE, alimentos e combustíveis foram os principais responsáveis pela alta de 0,75% em março. Em 12 meses, IPCA soma 4,58%, maior acumulado em dois anos

 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), taxa “oficial” de inflação no país, segue crescendo neste início de governo, que na área econômica se limitou a uma proposta de “reforma” previdenciária. Os 0,75% registrados em março – acima da previsão do chamado “mercado” – representam o maior índice para o mês desde 2015. O IPCA soma 1,51% no primeiro trimestre, maior percentual para o período desde 2016. E o acumulado em 12 meses vai a 4,58%, maior soma dos últimos dois anos.

Alimentos e combustíveis foram os principais responsáveis pelo resultado, divulgado nesta quarta-feira (10) pelo IBGE. Apenas os grupos Alimentação e Bebidas (1,37%) e Transportes (1,44%) responderam por 80% do índice total de março, com impactos de 0,34 e 0,26 ponto percentual, respectivamente. Esses dois grupos representam 43% das despesas das famílias.

Os alimentos para consumo em domicílio tiveram alta de 2,07% no mês, variando de 0,80% (Rio Branco) a 3,38% (São Luís). Entre os destaques, o instituto cita tomate (31,84%), batata inglesa (21,11%), feijão carioca (12,93%) e frutas (4,26%).

A inflação de 1,37% para os alimentos foi a maior desde junho do ano passado, mas o resultado daquele mês (2,03%) pode ser considerado atípico por ter sofrido impacto da greve dos caminhoneiros. Excluído esse mês, é o índice mais alto desde novembro de 2015. Para março, desde 2014.

Em transportes, que passou de deflação em fevereiro (-0,34%) para aumento de 1,44% no mês passado, os combustíveis subiram 3,49%. No caso da gasolina, o aumento médio foi de 2,88%, com variações de -2,47% (Goiânia) a 8,54% (região metropolitana de Fortaleza). O etanol subiu ainda mais, 7,02%, variando de -4,37% (novamente em Goiânia) a 8,57% (Grande São Paulo). Ainda nesse grupo, o IBGE apurou alta nos itens passagem aérea (7,29%) e ônibus urbano (0,90%), cada qual com impacto de 0,03 ponto.

Roupas e planos de saúde

O grupo Habitação teve alta de 0,25%, com pequeno aumento da energia elétrica (0,04%). Esse item variou de queda de 5,89% na região metropolitana de Belo Horizonte a alta de 4,72% no Rio de Janeiro. Já o gás encanado teve variação de -0,79%, enquanto água e esgoto subiu 0,46%.

Depois de cair 0,33% no mês anterior, Vestuário registrou alta de 0,45%. As roupas masculinas passaram de -0,01% para 0,68%, as femininas, de -0,56% para 0,34% e as infantis, de -0,16% para 0,41%. Os preços dos calçados também subiram, 0,38%, ante -0,54% em fevereiro.

O grupo Saúde e Cuidados Pessoais variou 0,42%. O IBGE destaca a elevação do plano de saúde: 0,80%.

A única queda entre os grupos foi em Comunicação (-0,22%), com redução dos itens aparelhos telefônicos (-1,44%) e telefone fixo (-0,75%). O correio teve aumento médio de 2,23%.

Entre as regiões pesquisadas, a menor taxa do IPCA foi apurada em Goiânia (0,12%) e a maior, no município de São Luís (1,36%), seguido das regiões metropolitanas de Aracaju (1,21%), Porto Alegre (1,18%) e Fortaleza (1,04%). O índice variou 0,83% no Rio de Janeiro e 0,78% em São Paulo.

Em 12 meses, o índice passa de 5% em Rio Branco (5,32%) e Porto Alegre (5,18%), chegando a 4,59% em São Paulo. As menores taxas acumuladas são de Brasília (3,83%) e Goiânia (3,84%).

INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) variou 0,77%, também a maior taxa para o mês desde 2015. Soma 1,68% no trimestre, igualmente o maior para o período desde 2016, e sobe para 4,67% em 12 meses.

Os produtos alimentícios subiram 1,50% e os não alimentícios, 0,45%.

 

Fonte: Rede Brasil Atual

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