Campanha Salarial: metalúrgicos da CUT do RS intensificam mobilização

Representantes sindicais se reuniram na tarde de segunda-feira (13) para decidir os próximos passos da campanha salarial de 2015 dos metalúrgicos do Rio Grande do Sul. A reunião aconteceu na sede da Federação Estadual dos Metalúrgicos do Rio Grande do Sul (FEM/RS-CUT) e contou com a presença de representantes dos sindicatos de Sapiranga, Canoas e Nova Santa Rita, Erechim, São Leopoldo, Novo Hamburgo, São Sebastião do Caí e Pelotas.

A campanha salarial já se estende por mais de dois meses (a data-base da categoria é 1º de maio). A proposta patronal feita na última reunião, no dia 9, de parcelar a inflação (8,34%) em duas vezes (sendo a primeira parcela em julho e a segunda somente em janeiro de 2016), foi recusada pelos trabalhadores. Desde então estão sendo realizadas diversas manifestações.

De acordo com o presidente da FEM/RS-CUT, Jairo Carneiro, o sindicato patronal alega que o país está em crise e, por isso, não é possível o reajuste de salário acima da inflação. “Estamos mobilizando os trabalhadores em frente às fábricas e em muitas vezes dentro delas também; porém, as negociações não andam porque as empresas estão irredutíveis. Mas deixamos claro desde o início da campanha salarial que a reposição da inflação no salário é um direito adquirido”, disse o dirigente.

O presidente do  Sindicato dos Metalúrgicos de Novo Hamburgo, Lauro Amaral, reforçou a necessidade de organização dos metalúrgicos. “Os sindicatos entregaram suas pautas aos empresários em abril e o que nós vemos hoje é uma mesa patronal que dá as costas para os trabalhadores. Além  de enfrentar o impasse das negociações, os trabalhadores são assombrados pela terceirização", afirmou.

Já o secretário geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas, Flávio de Souza, lembrou que a luta é para repor as perdas inflacionárias acumuladas desde maio de 2014 até o momento. “Estas perdas devem ser repostas no salário dos trabalhadores sem nenhuma discussão,e não podem ser parceladas”, pontuou o secretário, que também é diretor na Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT). 

Mobilizações

Nesta segunda-feira (13), os trabalhadores na montadora de ônibus Comil, em Erechim, fizeram uma paralisação durante toda manhã em protesto contra o aumento proposto pelos patrões. “Estamos sendo pressionados a trabalhar mais e ganhar menos. As demissões reduziram o número de metalúrgicos por segmento, mas a produção aumentou e os mesmos trabalhadores que fabricavam sete ônibus por dia agora estão produzindo dez”, contou o presidente do Sindicato de Erechim, Fábio Adamczuk.

Para reforçar a luta da campanha salarial deste ano, a CNM/CUT marcou presença na assembleia da última sexta-feira (10) na empresa AGCO, em Canoas. O secretário de Política Sindical da CNM/CUT, Loricardo Oliveira, traçou um panorama do país nos últimos 12 anos. “Todos os anos são difíceis para negociações, mas não podemos esquecer que desde o governo Lula os empresários ganharam incentivos e desonerações que aceleraram a produção nacional em diversos setores e geraram lucros”, disse. “Com isso, não podemos aceitar que em um momento de crise, este acúmulo não seja utilizado para valorizar quem produz a riqueza deste país, que são os trabalhadores”, finalizou.
 
Fonte: Assessoria de Imprensa da CNM/CUT, com informações da Federação Estadual dos Metalúrgicos do Rio Grande do Sul

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