Trabalhadores cutistas querem criar Observatório da Indústria

Proposta foi discutida pela coordenação do Macrossetor da Indústria da CUT, em reunião realizada nesta segunda-feira (29)
 

As Confederações Nacionais da CUT dos Trabalhadores Metalúrgicos, Químicos, do Vestuário, da Construção e da Alimentação querem criar o Observatório da Indústria, mecanismo para subsidiar as ações das entidades sindicais do ramo. A proposta foi debatida na manhã desta segunda-feira (29) pela coordenação do Macrossetor da Indústria da CUT (MSI), em reunião realizada na Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), em, São Bernardo do Campo (SP).

O encontro da coordenação do MSI reuniu os presidentes da CNM/CUT, Paulo Cayres, da CNTV (Vestuário), Cida Trajano, da CNQ (Químicos), Lu Varjão, e da Conticom (Construção), Cláudio Gomes, e o secretário de Política Sindical da Contac (Alimentação), Nelson Morelli. Também participaram o secretário geral da CNM/CUT, João Cayres, as secretárias de Mulher da CNM/CUT e da CNQ, Marli Melo e Lucimar Rodrigues da Silva, e os secretários da Juventude e de Política Sindical da CNM/CUT, Silvio Ferreira e Loricardo de Oliveira, além de assessores e técnicos do Dieese.

O Observatório da Indústria poderá ser, segundo os sindicalistas, um importante instrumento para contribuir com a formulação de propostas dos trabalhadores para a política industrial brasileira, visando assegurar direitos e contrapartidas trabalhistas. A proposta de constituição desse Observatório será levada pelo MSI ao 13º Congresso Nacional da CUT, que acontecerá entre 13 e 16 de outubro. “Vamos apresentar a proposta também nos Congressos Estaduais da CUT que acontecerão no próximo período. Nossa avaliação é que é preciso cada vez mais subsídios para que nossas ações ganhem mais musculatura nos debates sobre a política industrial e também nas negociações coletivas das categorias”, assinalou Paulo Cayres, ao defender a criação do Observatório.

“Precisamos de ações preventivas e defensivas e não reativas. Infelizmentem, temos trabalhado com a agenda da direita, apenas reagindo, e precisamos mudar esta lógica”, avaliou Cláudio Gomes.

Cida Trajano e Lu Varjão lembraram que o Observatório poderá subsidiar os representantes dos trabalhadores nos Conselhos de organismos importantes, como o do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), onde são debatidas a liberação de recursos para financiar projetos empresariais.

A coordenação do Macrossetor reafirmou a sua posição em relação à reivindicação de contrapartidas trabalhistas na concessão de empréstimos e políticas de incentivo para as empresas. Entre as principais estão a garantia de emprego, a qualificação profissional e o direito de organização no local de trabalho.

O presidente da CNM/CUT ressaltou ainda que é necessário também estabelecer que um percentual do lucro das multinacionais remetidos ao exterior sejam mantidos num fundo de investimento no país, para assegurar a qualificação do trabalhador e recursos para a inovação tecnológica. “Além de não ter nenhuma taxação sobre a remessa de lucros, não há exigência de nenhuma contrapartida. Depois de lucrarem muito, num período de queda de produção ou crise, a primeira medida das multinacionais é demitir trabalhadores. Precisamos acabar essa prática”, complementou Cayres.

Formação e participação

A coordenação também debateu ações voltadas aos jovens e às mulheres, avaliando que as confederações e as entidades dos cinco setores devem assegurar a participação deles nos fóruns do Macrossetor. Os sindicalistas lembraram que em várias entidades de base há jovens ocupando a presidência e que as mulheres também estão ganhando mais espaços. Para qualificar e ampliar o debate de gênero, um dos mecanismos acertados na reunião foi a realização de um curso de formação para mulheres.

Fonte: Assessoria de Imprensa da CNM/CUT

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

7 + três =