Gerdau lucra R$ 14 milhões e investimentos alcançam R$ 485 milhões no 1º trimestre
A Gerdau obteve um lucro líquido de R$ 14 milhões nos primeiros três meses deste ano e assim saiu do prejuízo registrado no último trimestre do ano passado, quando havia contabilizado um resultado líquido negativo ajustado de R$ 41 milhões, desconsiderando os itens não-recorrentes. O balanço foi divulgado na quarta-feira (4) pela companhia.
“A retomada do lucro, fruto do esforço e da dedicação dos trabalhadores, somado aos investimentos que vem sendo realizados no Brasil e na Argentina, comprovam que a empresa tem plenas condições de atender a pauta de reivindicações da campanha salarial”, afirmou o metalúrgico e presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo.
“Com toda a crise econômica, a Gerdau ainda assim tem lucro líquido. Deste resultado está descontado o valor de investimentos, máquinas novas que vão para o ativo da empresa, que assim se torna ainda mais rica. Se de fato os trabalhadores são importantes na obtenção deste lucro, a empresa pode sim atender a demanda dos metalúrgicos em sua pauta de reivindicações”, frisou o presidente da Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do RS, Jairo Carneiro.
Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo e Região, Valmir Lodi, a retomada do lucro pela empresa é a prova de que a Gerdau tem condições de pagar o reajuste de 9,31% aprovado na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) de 2015 da categoria. “A Gerdau tem que pagar o reajuste que nós conquistamos, a desculpa era a crise. Agora, esse argumento cai por terra”, disse o dirigente, que é trabalhador da Gerdau.
Valmir lembra também que a empresa integra a patronal na mesa de negociação. “O nosso índice de reajuste não foi surpresa para eles, mas a postura da empresa propondo acordo com os trabalhadores e passando por cima da CCT foi uma surpresa para nós e toda a sociedade”, salientou.
Crescimento das exportações
Nos três primeiros meses de 2016, a receita líquida da Gerdau foi de R$ 10,1 bilhões, uma redução de 3% em relação ao mesmo período do ano anterior. De janeiro a março, destacaram-se a forte presença da empresa no mercado norte-americano, onde a receita líquida cresceu 12%, e o aumento de 72% das exportações a partir do Brasil, fatores que compensaram parcialmente o menor volume de vendas para o mercado interno brasileiro.
O presidente da Gerdau, André Gerdau Johannpeter, destacou que “a sazonalidade tradicional do período na América do Norte e no Brasil, somada ao cenário de incerteza política nacional e da retração econômica vivenciada no país, marcaram o primeiro trimestre de 2016. Entendemos, porém, que o impacto causado pela soma desses fatores no referido período não representa uma tendência para o resultado do ano”.
A queda das vendas no mercado interno foi parcialmente compensada pelo crescimento de 72% das exportações a partir do País, as quais atingiram 526 mil toneladas. Essa evolução se deveu à identificação de oportunidades comerciais no mercado internacional e ao câmbio favorável.
As operações no Canadá, nos Estados Unidos e no México (não inclui usinas de aços especiais) comercializaram 1,5 milhão de toneladas nos primeiros três meses de 2016, 2% a mais do que no mesmo período do ano passado.
Investimentos alcançam R$ 485 milhões
No primeiro trimestre, a Gerdau desembolsou R$ 485 milhões para a realização de investimentos em ativo imobilizado (CAPEX). O novo laminador de chapas grossas, com capacidade anual de 1,1 milhão de toneladas, encontra-se em fase de testes operacionais na usina Ouro Branco (MG) e sua entrada em operação está prevista para julho de 2016.
Na Argentina, a construção da nova aciaria está em estágio avançado, sendo que 85% da obra foi concluída e todos os equipamentos já foram entregues pelos fornecedores. A capacidade instalada da nova planta, que entrará em operação no final de 2016, será de 650 mil toneladas por ano e deverá contribuir para a substituição de parte das importações de aço no país.
Fonte: CUT-RS com FTM-RS e STIMMMESL