Para ministros, programa de Temer pode prejudicar ‘gerações inteiras’

Tereza Campello (MDS) e Miguel Rossetto (Trabalho e Previdência) avaliam intenções divulgadas até agora como sinais de "retrocesso e redução de conquistas sociais e trabalhistas".

 

Dois ministros da área social afirmaram na quarta-feira (4) que um eventual governo de Michel Temer, vice-presidente de Dilma Rousseff, causaria perda de direitos sociais. Para Tereza Campello (Desenvolvimento Social e Combate à Fome), se Temer reduzir o programa Bolsa Família para os 5% mais pobres da população, vai tirar o programa de 36 milhões de pessoas. Já o titular do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, disse que o programa divulgado pelo vice até agora “vai contra conquistas sociais e trabalhistas e jamais passaria pelo crivo de eleições”.

 

As declarações da ministra foram feitas durante conversa com blogueiros nesta manhã. Rossetto fez as afirmações durante evento no Rio de Janeiro. A ministra, ao detalhar o programa Bolsa Família, destacou que os possíveis retrocessos sociais em relação ao plano hoje em andamento podem acarretar “prejuízos por gerações inteiras”. “O nível de preconceito, de agressão, contra a população mais pobre no Brasil está perigoso”, acrescentou.

 

Tereza acredita que a maior parte das famílias brasileiras não sabe quais são os riscos para o país de um corte no programa, que segundo ela levou a uma redução de 40% na desigualdade escolar na última década. De acordo com a ministra, enquanto em 2001 apenas 32% do total de alunos terminavam o ensino fundamental na idade certa, em 2012 esse percentual passou a ser de 58%.

 

Proteção social

“Em um momento de crise, temos de investir na população. Precisamos parar de pensar em proteção social como um problema e pensar como solução. O Bolsa Família é o Prouni das crianças. É a bolsa para que as famílias mantenham as crianças na escola e o acompanhamento médico”, afirmou Tereza.

 

Rossetto declarou que Temer se transformou em “impostor”, ao “rasgar seus compromissos institucionais e fazer a opção pela ilegalidade”. O ministro disse que a avaliação feita até agora do programa anunciado pelo vice-presidente é de que possui ações de caráter “claramente destruidor de conquistas sociais e trabalhistas”. "É bem isso que parte das elites econômicas e políticas reacionárias deste país promove o golpe. Essa proposta de país que ele representa jamais será eleita pelo povo brasileiro no ambiente democrático, por isso tem de ser combatido."

 

Fonte: Rede Brasil Atual

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