“Greve geral será nossa resposta aos golpistas”, diz presidente da CNM/CUT

Paulo Cayres reforça importância da paralisação desta sexta (28) para barrar ataques à aposentadoria e aos direitos trabalhistas. CUT relembra greves gerais de sua história

 

De norte a sul do país, trabalhadores e trabalhadoras da cidade e do campo estão aprovando, em assembleias, a adesão à greve geral desta sexta (28) convocada pela CUT, demais centrais e pelas Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo. A expectativa é a que esta será a maior greve geral da história recente do Brasil.

 

Com apoios importantes de organizações como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a paralisação vai mostrar ao governo golpista de Michel Temer e seus aliados no Congresso Nacional que a classe trabalhadora não vai permitir que acabem com a aposentadoria e os direitos trabalhistas.

 

“Os metalúrgicos e as metalúrgicas da CUT estão mobilizados para cruzar os braços na sexta. Não podemos permitir que arranquem direitos e conquistas obtidos com muita luta. A greve também vai desmistificar a propaganda enganosa dos golpistas e da mídia de que sem a reforma da Previdência, a aposentadoria fica em risco e que, com menos direitos trabalhistas, haverá mais empregos”, destaca Paulo Cayres, presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT. “Esses argumentos são mentirosos. A Previdência não está quebrada, como muitos estudos mostram, e empregos são gerados com crescimento econômico e não com retirada de direitos, como já vimos durante o governo Lula, quando vivemos período de pleno emprego com a economia a todo o vapor”, completa.

 

Cayres lembra ainda que, desde a fundação da CUT em 1983, a Central esteve à frente de cinco greves gerais, que foram fundamentais para forçar o governo a rever as políticas de reajuste salarial, para inserir direitos na Constituição de 1988 (que agora estão ameaçados) e barrar retrocessos. “É a nossa capacidade de organização, mobilização e luta que nos faz avançar. E será ela que vai barrar esse feroz ataque. A greve geral será nossa resposta aos golpistas”, conclui.

 

O Centro de Documentação da CUT fez um breve resumo das greves gerais organizadas pela Central e seus sindicatos. Confira as datas e as reivindicações:

 

• 12 DE DEZEMBRO DE 1986

A greve geral foi convocada pela CUT e CGT (Central Geral dos Trabalhadores) em defesa dos salários, pelo congelamento geral dos preços, em defesa das estatais, contra o Plano Cruzado e o pagamento da dívida externa. Contou com a adesão de 25 milhões de trabalhadores/as que realizaram manifestações por todo o País. Em algumas regiões, como no ABC paulista, a paralisação foi total.

 

• 20 DE AGOSTO DE 1987

A greve geral, organizada pela CUT e CGT, protestava contra o Plano Bresser, que arrochava os salários. Milhões de trabalhadores/as, novamente, cruzaram os braços em todo o País. Em várias capitais e grandes cidades ocorreram manifestações.

 

• 14 E 15 DE MARÇO DE 1989

A CUT e a CGT se uniram para a realização desta greve geral contra o plano econômico denominado Plano Verão, a recessão e o desemprego, pela recuperação das perdas salariais e o reajuste mensal de salários de acordo com a inflação, além do congelamento real dos preços dos produtos de primeira necessidade. Cerca de 35 milhões de trabalhadores/as aderiram ao movimento, com grandes manifestações nas capitais e regiões metropolitanas.

 

• 22 E 23 DE MAIO DE 1991

Convocada pela CUT, Confederação Geral dos Trabalhadores e Central Geral dos Trabalhadores, exigia reposição das perdas salariais, garantia de emprego, defesa dos serviços públicos, reforma agrária, fim dos aumentos abusivos nos preços dos aluguéis e prestações da casa própria e a defesa da democracia. Várias categorias paralisaram suas atividades em todo o País, envolvendo cerca de 19,5 milhões de trabalhadores.

 

• 21 DE JUNHO DE 1996

A greve nacional contra as políticas neoliberais de FHC foi deflagrada com sucesso em todo o País. Organizada pela CUT, CGT e Força Sindical, tinha como principais reivindicações: emprego, salário, aposentadoria digna, reforma agrária e manutenção dos direitos sociais dos trabalhadores/as. Aproximadamente 12 milhões de trabalhadores/as paralisaram os serviços em todo o Brasil.

 

Fonte: Assessoria de Imprensa da CNM/CUT, com informações da CUT Nacional

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