“Vamos fazer uma Greve Geral maior do que a do dia 28”, avisa CUT

Vagner Freitas diz que combate às reformas apenas começou. Presidente da CNM/CUT afirma que ato em Brasília foi vitorioso e condena repressão truculenta da PM

 

Mesmo com a repressão e a violência policial, mais de 200 mil trabalhadores de todo o país ocuparam a capital federal nesta quarta-feira (24) para pressionar o Congresso Nacional a paralisar a tramitação das reformas Trabalhista e da Previdência.

 

O ato convocado pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo refletiu dentro do Congresso e a bancada de oposição ao ilegítimo Michel Temer (PMDB) chegou a ocupar a mesa da presidência da Câmara dos Deputados.

 

Já nas imediações do Congresso, o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, apontou essa como a maior marcha sobre a capital federal e destacou que mais uma Greve Geral deve vir por aí.

 

“Deram um golpe e não conseguem completar com suas reformas Trabalhista e da Previdência. Esse é o passo inicial da maior guerra que faremos contra esses golpistas para derrubar essas reformas. Vamos fazer uma greve geral maior do que fizemos no dia 28”, disse.

 

 

O dirigente ressaltou ainda a importância da CUT neste cenário e a necessidade da unidade da classe trabalhadora contra os retrocessos. “Se não conseguem entregar nossos direitos e discutir uma ditadura no Brasil é porque tem a CUT e seus sindicatos fazendo a luta. Essa foi a maior marcha da história dos trabalhadores no Brasil, trouxemos mais de 200 mil por Diretas Já e precisamos levar essa luta para o cotidiano do país”, apontou.

 

O presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Paulo Cayres, considerou o #OcupaBrasília a maior prova da unidade da classe trabalhadora e dos movimentos sociais contra os ataques que o golpista Michel Temer e em defesa dos direitos trabalhistas, da democracia e do Estado Democrático. "Nossa luta sempre foi e continuará sendo pacífica. Esta manifestação vitoriosa nos dá ânimo para seguir em frente, porque estamos do lado certo, que é ao lado de cada trabalhador que dá o seu suor diário nos locais de trabalho para assegurar sua dignidade e o futuro de seus filhos e que não pode ficar refém desses golpistas que tomaram de assalto o poder no Brasil para impor a vontade do mercado financeiro e continuar sangrando a Nação", enfatizou Cayres.

 

O dirigente metalúrgico condenou com veemência a truculência policial contra a manifestação pacífica organizadas pelas Frentes e pelas centrais sindicais. "Desde que os golpistas assumiram, a sua violência contra manifestações democráticas têm aumentado. Mas também não podemos permitir que meia dúzia de provocadores ajam como os policiais", condenou Paulo Cayres, ao referir-se à ação de poucos que se envolveram no confronto e acabaram depredando prédios.

 

 

"Quero parabenizar os metalúrgicos e as metalúrgicas da CUT por mais esta demonstração de garra e disposição de seguir em frente na nossa luta. Ela ainda não acabou. Temos que derrotar as reformas e restabelecer a democracia com eleições diretas já!", concluiu.

 

Temer nas cordas

Incapaz de responder democraticamente às mobilizações e sem respaldo moral e político, o golpista Temer baixou uma AGA (Ação de Garantia da Ordem) autorizando o Exército a fazer a segurança do Distrito Federal até o dia 31 de maio, provável data da votação da Reforma Trabalhista, em episódio que remonta aos tempos obscuros da ditadura militar.

 

"Michel Temer já tem seu AI-5 pra chamar de seu", escreveu, em rede social, o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos. Segundo ele, a convocação de tropas das Forças Armadas "é o atestado de incapacidade de continuar governando o país". O Ato Institucional número 5, imposto pela ditadura em 13 de dezembro de 1968, inaugurou o período mais agudo de repressão do regime autoritário.

 

"Temer deve ser retirado do governo imediatamente", disse Boulos, defendendo a "convocação imediata" de eleições diretas. Durante a tarde, o ativista fez uma transmissão diante do Congresso na qual afirmou: "Faz quase duas horas que a polícia do Distrito Federal está jogando bomba no povo". Boulos falou em "barbárie" e disse que o episódio explicita o "abismo" existente entre o Congresso e a maioria da população, e "ainda quer (o Parlamento) se arvorar ao direito de definir quem é presidente da República".

 

 

 

Fonte: CUT Nacional, com informações da CNM/CUT e da Rede Brasil Atual

 

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