Em campanha salarial, Sindicato realiza assembleia com os trabalhadores da Gerdau
O Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo e Região (STIMMMESL) realizou uma assembleia com os trabalhadores (as) da Gerdau, em Sapucaia do Sul, na manhã desta terça-feira (7), para informar a categoria do andamento da campanha salarial.
“Além da patronal não apresentar proposta, querem aplicar as novas leis da Reforma Trabalhista. Não dá para aceitar o que eles pretendem fazer”, disse o presidente do Sindicato, Valmir Lodi. De acordo com ele, os patrões afirmam a inflação de 3,53% é alta e que não tem condições de pagar.
“Está sendo uma campanha muito dura. Eles querem implantar o banco de horas individual, férias parceladas, acabar com quinquênio. Nós lutamos pela nossa Convenção Coletiva de Trabalho, pois ela protege a todos e é isso que precisamos”, disse Valmir.
Outro ponto abordado por ele foi referente à sustentação sindical. “Temos que debater o Sindicato que os trabalhadores querem. Em 2015 conseguimos reverter a proposta da Gerdau (que pretendia pagar um abono no lugar do reajuste) por que somos fortes”, recordou ele.
Descaso da empresa
Ainda sobre a empresa, o dirigente destacou que, após a Reforma Trabalhista, a Gerdau está levando até oito meses para entregar o Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) para os trabalhadores demitidos.
Dirigentes do STIMMMESL que são metalúrgicos da Gerdau se manifestaram sobre a postura da empresa, conhecida pelos acidentes e por precarizar os direitos trabalhistas. “O sonho dos empresários é retirar tudo que conquistamos ao longo dos anos. Presenciamos isso nas mesas de negociação, por isso estamos passando nas empresas informando os trabalhadores e salientando a importância da unidade de classe”, disse Valdemir Pereira, que está acompanhando as negociações.
O coordenador da Rede Nacional de Trabalhadores (as) da Gerdau, Anderson Macedo Gauer, lembrou que mês passado 6 trabalhadores da Gerdau morreram na Índia. “Aqui no Brasil, em 2017 foram 11 mortes. Nós sabemos como é a pressão que os trabalhadores sofrem dentro da Gerdau. Por isso, é absurdo que alguns não queiram participar da assembleia e fiquem forçando situações para entrar para trabalhar, parece até que o Sindicato está contando mentiras na porta da fábrica.”
Já Alexandro Braga criticou os trabalhadores que não valorizam o Sindicato. “A falta de consciência de classe é preocupante e assustadora”. O dirigente trouxe, ainda, situações do chão de fábrica, pois há áreas fazendo até 14 horas e sem jantar.
Para Gilmar Tuhtenhagen, o embate com a patronal está pesado, já que o desejo deles “é retirar nossos direitos.” Diomar Machado questionou que se a Gerdau ataca seus trabalhadores diretamente, o que vai sobrar para os terceirizados?
Lembrando a postura da empresa em 2015, Sílvio Bruno Lopes chamou atenção para o discurso de que a empresa está quebrada. “Não vamos cair nesta”, garantiu ele.
Apoios
O presidente do Sindicato de Canoas e Nova Santa Rita, Paulo Chitolina, recordou que há muito tempo, os sindicatos alertam para o desmonte que viria com a Reforma Trabalhista. “Ela só não foi implementada a todo vapor porque temos a proteção da CCT”. Para ele, os trabalhadores não podem acreditar que é individualmente que os problemas serão resolvidos. Chitolina contou que os metalúrgicos da sua base teve 1% de aumento real, “que já perdemos por causa do índice da inflação.”
O presidente da Federação dos Metalúrgicos do RS, Lírio Segalla, disse que é fundamental a classe trabalhadora se reconhecer como classe explorada. “Unidade e consciência de classe são fundamentais neste momento. O índice é importante, mas será irrelevante se perdemos os direitos que estão garantidos na Convenção Coletiva”, finalizou ele.
Fonte: STIMMMESL