População acredita que corrupção vai crescer no governo Bolsonaro, diz pesquisa Datafolha

Desde a volta da democracia no país, com a eleição, mesmo que indireta de Tancredo Neves, na década de 1980, nunca um governo em início de mandato caiu tanto na expectativa otimista da população brasileira quanto o de Jair Bolsonaro (PSL).

A pesquisa DataFolha mostra que 40% dos 2.086 entrevistados entendem que a corrupção vai aumentar a partir de agora – um aumento de 21% em relação à pesquisa feita em dezembro, último mês do governo do golpista e ilegítimo Michel Temer (MDB), quando apenas 19% diziam que a corrupção iria aumentar, após a eleição de Bolsonaro.

Na época, 58% disseram que a corrupção iria diminuir com Bolsonaro no poder. Hoje o índice dos que acreditam que a corrupção vai diminuir caiu para 35% – uma queda de 23%.

Já os que opinaram que a corrupção ficaria no mesmo nível se manteve estável: de 20% foi para 21%.

Os mais pessimistas em relação à corrupção no governo Bolsonaro são os jovens de 16 a 24 anos, as mulheres e os nordestinos.

No Nordeste, 51% da população acredita que a corrupção vai aumentar. No Sudeste este índice chega a 38%, e as regiões Centro-Oeste, Norte e Sul tem o mesmo índice de desconfiança: 35%.

Pessimismo é maior entre os eleitores de Fernando Haddad (PT)

A pesquisa DataFolha mostrou ainda que os eleitores de Fernando Haddad(PT) são os mais pessimistas em relação ao aumento da corrupção.

Para 59% deles, a corrupção vai aumentar, enquanto 15% afirmam que vai diminuir. Outros 24% dizem que vai ficar como está, e 3% disseram não saber.

Já entre os eleitores de Jair Bolsonaro, 25% afirmam que a corrupção vai aumentar. Para 54% vai diminuir e 18% dizem que vai ficar como está. Outros 2% não opinaram.

Quem votou branco/nulo e nenhum tem a percepção de que a corrupção vai aumentar. Eles representam 54% desses eleitores. Já 18% acreditam que vai diminuir e outros 25% opinaram que vai se manter como está. Os que não souberam responder são 3%.

A pesquisa DataFolha foi feita nos dias 2 e 3 de abril. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Laranjal e caso Queiroz 

Os motivos para essa queda de confiança no governo Bolsonaro pode ser explicada pelas confusões dos seus filhos, especialmente a do senador Flávio Bolsonaro (PSL/RJ), envolvido nas movimentações atípicas de Fabrício Queiroz, seu ex-assessor, registradas em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão de inteligência federal que chegou a depositar um cheque de R$ 24 mil para a atual primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Outro ponto negativo que pode ter afetado a confiança dos eleitores foi a farsa de Bolsonaro, que se “vendeu” como o candidato honesto enquanto o seu partido, o PSL,  se viu envolvido num mar de acusações de uso de candidaturas de laranjas para o Legislativo para preencher cotas de mulheres em coligações em Minas e em Pernambuco.

Entre os acusados de tal prática estão o atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, que presidiu o diretório mineiro e Luciano Bivar, presidente nacional do partido e deputado federal, acusado da mesma prática em seu estado, Pernambuco.

A crise política deflagrada provocou ainda a saída do primeiro ministro da nova gestão, Gustavo Bebianno, que tinha sido indicado para a Secretaria-Geral da Presidência após coordenar a campanha eleitoral no ano passado.

Fonte: CUT Nacional

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