CUT-RS e centrais reforçam unidade para parar o Rio Grande do Sul em 14 de junho
A CUT-RS e as centrais sindicais decidiram ampliar a mobilização no Rio Grande do Sul para a greve geral de 14 de junho contra a reforma da Previdência, durante plenária realizada na manhã desta quarta-feira (29), que lotou o auditório do SindBancários, no Centro Histórico de Porto Alegre.
Também foi reafirmada a decisão de voltar às ruas com estudantes e professores nesta quinta-feira (30) contra os cortes na educação. Haverá um ato, às 18h, na Esquina Democrática, no centro da capital gaúcha.
O encontro contou a participação de dirigentes e entidades filiadas à CUT, CTB, Força Sindical, CGTB, CSP-Conlutas, Intersindical e CSB, além de movimentos sociais, como MST e Pastorais Sociais da CNBB.
Derrotar a reforma da Previdência para barrar o projeto de Bolsonaro
O secretário-geral da CUT Nacional, Sérgio Nobre, falando pela Coordenação Nacional das Centrais Sindicais, destacou a importância da unidade e lembrou o ato histórico de 1º de Maio, em São Paulo, que pela primeira vez reuniu todas as representações do movimento sindical. “Unidade não é abrir mão da sua identidade e no que se acredita”, frisou, “mas se unir na defesa dos interesses da classe trabalhadora”.
Nobre alertou que o governo Bolsonaro tem um projeto de desmonte da soberania nacional. “O Brasil tinha até tecnologia para construir satélites e hoje não tem mais. O país pode voltar à década de 1960”, alertou. “Eles não têm interesse em tecnologia”.
O dirigente nacional da CUT denunciou que eles querem acabar com o atual modelo de organização sindical para implantar sindicatos por empresas. “Eles querem controlar as eleições, como já fazem com as das Cipas (Comissões Internas de Prevenção de Acidentes). Querem construir uma nação para um terço dos brasileiros”, criticou.
Segundo Nobre, “é muito grave o que está acontecendo. A população não está entendendo, mas sabe a importância da Previdência”, apontou. “Se a gente derrotar a reforma, a gente pode barrar o projeto deles.”
“Temos que ajudar também a mobilização do dia 30. Vai dar calor para a greve geral de 14 de junho, que tem tudo para ser um grande movimento em todo o Brasil”, concluiu.
Unidade da classe trabalhadora com a juventude
O presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, salientou que, “se o alto desemprego dificulta a mobilização, a entrada da juventude compensa e promete turbinar a greve geral”.
Ele denunciou que “a reforma da Previdência é cruel com os trabalhadores em condições insalubres”, denunciando que “a proposta de Bolsonaro é o fim da linha para a aposentadoria especial dos rodoviários”.
Clique aqui para acessar o panfleto aos rodoviários
Nespolo fez um chamado para que todos os dirigentes intensifiquem os contatos com os trabalhadores e as panfletagens, destacando que “a direção sindical que se acovardar, a categoria não vai perdoar”.
Para a secretária de Mulheres da CUT-RS, Ísis Marques, o que está em jogo é a soberania do país. Ela frisou que “as mulheres estão prontas para fazer o enfrentamento com a juventude e a classe trabalhadora”.
“Somos cidadãs e trabalhadoras, e nós já mostramos o nosso lado e não esmorecemos”, disse Ísis. “Estamos felizes com a unidade das centrais e com os estudantes. Temos também compromisso com o futuro da juventude.”
O Rio Grande do Sul vai parar
Na plenária, as centrais orientaram todos os sindicais a convocar assembleias para deliberar a adesão à greve geral, como os metroviários que já decidiram parar e avisaram: “não haverá trem”. Outros sindicatos já agendaram assembleias, como os bancários e os trabalhadores dos Correios. “Vai parar tudo”, projeta o presidente da CUT-RS.
Os trabalhadores em educação também estão mobilizados, preparando-se para cruzar os braços no dia 14 em defesa da aposentadoria e contra os cortes de recursos para escolas, universidades e institutos federais.
As centrais também estão mantendo conversações com os caminhoneiros, que estão igualmente se mobilizando para paralisar no dia 14.
Houve ainda relatos sobre a mobilização dos trabalhadores do transporte, como os rodoviários que estão dialogando e promovendo encontros.
Últimas semanas para passar abaixo-assinado
As centrais ressaltaram a importância de acelerar a coleta de assinaturas contra a reforma da Previdência, cujo prazo termina no dia 20 de junho. “Trata-se um baita instrumento de luta, que tem recebido milhares de adesões em todo o Estado, afirmou o secretário-geral adjunto da CUT-RS, Amarildo Cenci.
O presidente do Sindicato dos Telefônicos do Rio Grande do Sul (Sinttel-RS), Gilnei Azambuja, entregou várias listas de assinaturas para Sérgio Nobre, chamando a atenção de todos os dirigentes para reforçar a busca de adesões neste período de construção da greve geral.
Fonte: CUT-RS