País tem ‘pibinho’ de 1,1% no primeiro ano do governo Bolsonaro

As inúmeras medidas de arrocho salarial, previdenciário e social, como reformas Trabalhista e Previdenciária, cortes ou redução de programas de habitação e distribiução de renda, que vêm sendo tomadas desde o golpe de 2016 não contribuíram em nada para melhorar a economia do Brasil.

O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) divulgado pelo IBGE nesta quarta-feira (4) mostra o fracasso das políticas neoliberais do governo de Jair Bolsonaro, comandadas pelo banqueiro Paulo Guedes, ministro da Economia.

Em 2019, primeiro ano do mandato de Bolsonaro, o PIB registrou crescimento pífio, de 1,1%. O percentual é menor do que o registrado em 2018 e em 2017 (1,3%).

No primeiro mandato do ex-presidente Lula, que não tomou nenhum medida contra a classe trabalhadora nem tampouco os mais pobres, a média de crescimento do Brasil foi de 3,5% (1,1% em 2003, em 5,8% 2004, 3,2% em 2005 e 4% em 2006), segundo dados oficiais do IBGE, como lembra o portal do Brasil247.

No segundo mandato de Lula, que continuou gerando emprego decente e fortalecendo políticas públicas,  o crescimento se acelerou e a média foi de 4,6% (6,1% em 2007, 5,1% em 2008, -0,1% em 2009 e 7,5% em 2010).

Com Dilma Rousseff, a crise internacional de 2008 produziu seus efeitos e o ritmo médio de expansão foi menor: 2,35% (4% em 2011, 1,9% em 2012, 3% em 2013 e 0,5% em 2014).

Os anos seguintes – 2015 e 2016 – foram atípicos, uma vez que não houve governabilidade, e sim uma conspiração golpista para derrubar a ex-presidente Dilma.

Já nos três anos em que o Brasil foi submetido à atual política econômica, marcada por guerra aos pobres, ausência de investimentos públicos e teto de gastos, o crescimento foi de 1,3% em 2017, 1,3% em 2018 e 1,1% em 2019.

Os setores que contribuira para o PIB de 2019 registrar esse leve crescimento foram a agropecuária e o setor de serviços subiram 1,3%. Já a indústria cresceu apenas 0,5%. Com PIB de R$ 7,257 trilhões, o valor per capita subiu só 0,3% em termos reais, calculado em R$ 34.533.

O resultado já era esperado, depois de um último trimestre decepcionante, e reflete um cenário de incerteza e de sucessivos anúncios frustrados de “retomada” da economia. A produção industrial seguiu patinando, por exemplo, e o mercado de trabalho não viu crescer a taxa de desemprego nos últimos meses, mas o emprego que se cria é, basicamente, informal. Os resultados mostram esse quadro de estagnação: a variação acumulada em quatro trimestres, em comparação com os quatro anteriores, mantêm sucessiva variação em torno de 1%.

O comércio teve crescimento em 2019, mas em ritmo menor. E no setor externo os resultados também não foram bons. E as previsões para este ano não são animadoras: analistas já começam a revisar suas projeções para baixo, e vários acreditam que o PIB de 2020 não chegará a 2%.

Ainda em relação ao comércio exterior, na divulgação de hoje o IBGE informou que as exportações caíram 2,5% no ano passado. Já as importações cresceram 1,1%.

Consumo

O consumo das famílias subiu 1,8%, enquanto o do governo caiu 0,4%. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), um indicador de investimento, teve resultado positivo (2,2%), o segundo seguido. A taxa de investimento avançou ligeiramente (de 15,2% para 15,4% do PIB) e a taxa de poupança recuou (de 12,4% para 12,2%). A taxa de investimento já chegou a alcançar 20,9% em 2013.

Na indústria, o IBGE destaca o desempenho do setor de eletricidade, gás, água e esgoto, com alta de 1,9%. Do lado negativo, o setor extrativo caiu 1,1%. A construção teve o primeiro crescimento (1,6%) após cinco anos, enquanto a indústria de transformação ficou estável (0,1%). Derivados de petróleo e alimentos têm desempenho melhor, enquanto metalurgia, celulose e papel e a área farmacêutica mostram desempenho negativo.

Entre os serviços, tiveram variação positiva áreas como informação e comunicação (4,1%), atividades imobiliárias (2,3%), comércio (1,8%), atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,0%) e transporte, armazenagem e correio (0,2%). Na agricultura, houve crescimento de itens como milho (23,6%), algodão (39,8%) e laranja (5,6%).

Apenas no quarto trimestre, o PIB cresceu 0,5% em comparação com o imediatamente anterior. A indústria variou 0,2% e os serviços cresceram 0,6%, enquanto a agropecuária recuou 0,4%. Em relação a igual período de 2018, a alta foi de 1,7%.

Fonte: CUT Nacional com apoio do Brasil247 e da RBA

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