Pela primeira vez por vídeoconferência, Encontro Nacional dos Coletivos da CNM/CUT começa nesta segunda (1º)

Duas vezes por ano, de forma horizontal, os sete coletivos da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT) se encontram presencialmente para refletir e construir ações que busquem enfrentar as desigualdades estruturais que assolam mulheres, negros e negras, juventude e a população LGBT. Ações que se valem de uma prática de formação libertadora, da defesa da saúde da classe trabalhadora e através de estratégias de solidariedade e organização internacional.

Devido a pandemia do novo coronavírus que assolou o país e o mundo, este Encontro Nacional de Coletivos acontecerá pela primeira vez por videoconferência entre os dias 1º e 5 de junho e reunirá mais de 85 pessoas de todo o país representando os coletivos da entidade.

O presidente da CNM/CUT, Paulo Cayres, conhecido como Paulão, disse orgulhoso sobre a ousadia dos dirigentes e da assessoria da entidade, que não deixaram a luta nem neste momento de pandemia, superando desafios com a tecnologia para continuar a defesa da classe trabalhadora.

Segundo ele, este momento será muito importante para mostrar as experiências que os sindicatos e federações estão tendo em relação as negociações e ações de solidariedade, que estão acontecendo em todo país.

“Nossos coletivos estão ativos independente das dificuldades e neste encontro vamos mostrar a importância dos sindicatos na construção dos Acordos Coletivos de Trabalho e divulgar as ações de solidariedade e luta feitas pelo movimento sindical metalúrgico do país. Inclusive as plenárias, eleições, votações que continuam acontecendo de forma virtual tendo como objetivo na defesa do interesse da classe trabalhadora”, afirma Paulão.

Para o secretário-Geral da CNM/CUT, Loricardo de Oliveira, este encontro vai permitir uma participação ampla, principalmente com os que estão convivendo no local de trabalho, principalmente neste momento de pandemia, e dialogar numa forma em que as pessoas possam interagir com suas ideias, pensamentos, opiniões de forma remota e fortalecer a luta da CNM de uma forma mais ampla.

Segundo ele, as proposições que saírem deste encontro devem estar interligadas com sindicatos e federações e também com outros atores, como os movimentos popular e social e as comunidades visando o futuro do trabalho e das relações, que se intensificará no pós pandemia.

“Este encontro também vai ser importante para que a gente possa cada vez mais ampliar o papel da CNM/CUT para além da luta por salários, empregos e por melhorias de condições de trabalho, mas também pela luta pelo fim das desigualdade sociais e por um país com mais igualdade, fraternidade e solidariedade”, ressalta.

Crédito: Divulgação
Pela primeira vez por vídeoconferência, o Encontro Nacional dos Coletivos da CNM/CUT começa nesta segunda (1º)
                                                    Divulgação da Live do primeiro dia do Encontro

Formato do encontro

Seguindo as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e fazendo o uso das ferramentas tecnológicas para seguir a luta da categoria, o Encontro Nacional dos Coletivos foi adaptado para este momento de pandemia. Inclusive o debate inicial, com uma pauta única, no qual participam os membros de todos os coletivos e muitas vezes alguns convidados.

Desta vez o diálogo será sobre: “A pandemia reforçando desigualdades já existentes – Analise sobre as estratégias sindicais para a defesa da vida”, que será aberto ao público e transmitido ao vivo numa Live pela página da CNM no Facebook.

A socióloga, defensora dos direitos humanos e ativista do Movimento de Mulheres Negras, Vilma Reis, e o cientista social e ex-diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), Clemente Ganz Lúcio, serão os convidados deste debate, que acontece no primeiro dia do encontro, na segunda-feira (1º).

Para Paulão este debate será muito importante para que a CNM/CUT junto com sindicatos e federações construa propostas para mudar de fato o que já existia antes da pandemia e com a chegada do coronavírus isso só foi escancarado.

“Essa doença escancarou a desigualdade, o preconceito e a discriminação, porque você observa que o maior número de mortes são entre os negros e negras, as mulheres que são maioria dos profissionais que estão à frente no combate a pandemia e os mais pobres que não têm acesso a assistência e são desprovidos de um atendimento adequado na saúde”, aponta ele.

“O que demonstra também que é fundamental a presença do Estado, em qualquer governo, principalmente na questão da saúde e na educação, que são o que salva vidas e que precisamos para conquistar uma vacina. E que com investimentos nos fará vencer esta doença e sermos um país melhor e mais justo, bem diferente do que o governo de Bolsonaro tem feito no nosso país”, finaliza Paulão.

O presidente da CNM e os coordenadores dos coletivos farão uma fala também neste primeiro dia e após a exposição dos palestrantes a transmissão ao vivo será encerrada, para que a atividade interna dos coletivos siga apenas com os seus integrantes.

Desafios dos coletivos

Para a secretária de Políticas Sociais e coordenadora do Coletivo LGBT da CNM, Kelly Galhardo, este encontro ficará marcado na história da entidade diante do momento que o país e o mundo vivem. Além disso, aponta ela, mesmo com todos os desafios da classe trabalhadora, a CNM não para de lutar e nem de fazer suas atividades.

“O debate que teremos nesta encontro será fundamental, principalmente para a população LGBT, que sairá mais fortalecido para enfrentar os retrocessos deste governo e buscar estratégias de fortalecimento das políticas afirmativas no movimento sindical e social”, afirma.

A secretária de Mulheres e coordenadora do coletivo das metalúrgicas, Marli Melo do Nascimento, também concorda com Kelly e diz ainda que a CNM não pode permitir que estes impactos da pandemia sejam ainda mais desproporcionais para as desigualdades já existentes.

“São as mulheres que geralmente tomam a frente do planejamento e do gerencialmente da casa e do cotidiano e com tudo que estamos vivendo a dupla e terceira jornada ficaram ainda mais evidentes. Fora os novos desafios impostos pelo isolamento social, como por exemplo o ensino a distância dos filhos, o que tem aumentado ainda mais as responsabilidades das mulheres”, explica.

Desafios da Comunicação

Este encontros sempre aconteceram presencialmente, mas também sempre superaram desafios, principalmente no último período em que a dificuldade de sustentação financeira assolou fortemente o movimento sindical depois da reforma trabalhista, o que fez a entidade ter outras experiências com a tecnologia, mesmo antes da pandemia.

Mas o que não pode negar é que com o isolamento social e as crises, atual e a do pós pandemia, que o país viverão, num curto espaço de tempo, todos os setores, inclusive em outros países, os trabalhadores e as trabalhadoras precisarão se adaptar frente as grandes transformações digitais, inclusive na comunicação e nas relações, desde pessoais, familiares, culturais e com a base da categoria.

Para o secretário de comunicação da CNM/CUT, Heraldo da Silva Ferreira, este encontro já revela que estamos no caminho certo.

“Além de enfrentarmos um governo irresponsável, enfrentamos ainda um empresariado construído na “logica da Casa Grande” e mesmo diante destes desafios, a CNM está organizando este grande encontro de seus coletivos, usando as principais plataformas de comunicação, inclusive com transmissões ao vivo e cumprindo o papel de organizar, orientar e defender os trabalhadores. Sem deixar de garantir dignidade, direitos e conquistas históricas para a classe trabalhadora através das lutas diárias e constantes que venham a surgir, durante a pandemia e principalmente no retorno das atividades”, finaliza Heraldo.

 

Fonte: CNM/CUT

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