TRT da Bahia marca audiência com Ford e metalúrgicos. Sindicato fala em ‘imposição’

MPT reafirma que empresa segue sem poder realizar demissões coletivas
enquanto não terminar negociação coletiva

O Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT5), na Bahia, remarcou de amanhã para a próxima quinta-feira (18), a partir das 10h, nova audiência de conciliação entre a Ford e o Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari. Nessa data, coincidentemente, completam-se 40 dias desde que a montadora anunciou o encerramento de suas atividades no Brasil. Isso envolve as fábricas da Ford de Camaçari, Horizonte (CE) e Taubaté (SP).

Na última sexta (12), o presidente em exercício do TRT, desembargador Jéferson Muricy, promoveu uma reunião entre as partes, sem sucesso. Representantes da empresa afirmaram que estão abertos à negociação e que apresentaram propostas de indenização, enquanto o sindicato fala em práticas de assédio contra os trabalhadores, para forçar retorno ao serviço de parte dos funcionários em Camaçari.

Os metalúrgicos lembraram que empresas “parceiras” da Ford já demitiram. “Temos cinco empresas ligadas diretamente a esse processo, ligadas diretamente à Ford, que já demitiram todos os funcionários. Já ultrapassa 1.400 funcionários, sem nenhum tipo de reparação. É responsabilidade de vocês”, afirmou o presidente do sindicato, Júlio Bonfim.

Negociação de fato
Ele também manifestou estranheza pelo fato de a empresa ajuizar dissídio coletivo de greve durante o andamento das negociações. E lembrou que a proposta já apresentada representa apenas uma parcela (em torno de 5%) do valor que a Ford afirma dispor para pagamento de indenização. “Querer negociar por imposição é muito fácil. O que estamos tratando aqui não é só uma questão indenizatória. É uma reparação”, afirmou.

Na semana passada, o desembargador Edilton Meireles de Oliveira Santos, do TRT baiano, concedeu liminar à empresa contra decisão de primeira instância. Mas o Ministério Público do Trabalho (MPT) informou que algumas determinações continuam mantidas. Assim, enquanto a negociação coletiva continuar, a Ford não pode efetuar dispensas coletivas, suspender pagamento de salários ou praticar assédio. Confira a nota do MPT.

Fonte: Redação RBA

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