Sindicato dos Metalúrgicos do ABC completa 62 anos de luta
“Infelizmente atravessamos esses 62 anos no período em que milhares de trabalhadores
perderam a vida e outros lutam para sobreviver”, diz presidente
Nesta quinta-feira (12), o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC) celebra 62 anos de luta em prol da classe trabalhadora. Para atender às demandas da categoria, em 1959 fundou-se a Associação Profissional dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico de São Bernardo do Campo e Diadema, que mais tarde viria a ser o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
A data tem dupla importância para os metalúrgicos, já que também em 12 de maio, mas de 1978, teve início a greve histórica na Scania, quando os trabalhadores cruzaram os braços exigindo aumento salarial e enfrentaram a ditadura militar no Brasil que proibia greves.
O presidente do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão falou sobre o aniversário: “12 de maio para os metalúrgicos do ABC é uma data extremamente importante e significativa, não só por ser a data que marca a fundação deste Sindicato, até porque a história da construção da luta, da conquista e da organização dos Metalúrgicos do ABC se dá bem antes disso. Temos que lembrar da fundação do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André, que era sindicato único na época, e que dele de originou os demais. Também dos companheiros gráficos, moveleiros, e tantas outras categorias que foram extremamente importantes na construção e na identidade da classe operária do Grande ABC, que até hoje se mantém, resiste e consegue, ainda em que pesem todas as transformações no mundo do trabalho, manter uma identidade operária”, afirmou o dirigente.
Crédito: Adonis Guerra |
Wagner Santana (Wagnão) |
Veja abaixo o restante da fala dele:
“Sabemos que os desafios são enormes, já ultrapassamos muitos deles nesses 62 anos, mas também as nossas contribuições foram significativas para que o Brasil pudesse mudar sua história. O papel que este Sindicato teve tanto no início do século 20 quanto agora recentemente na reconstrução e recondução do país para uma vida democrática saudável.
Nesses 62 anos o que nos marca, infelizmente, não são motivos para comemorar ou festejar, mas reverenciar sim, as lutas, os companheiros e companheiras que se dedicaram na construção da nossa história. A conjuntura que estamos vivendo é de agonia, de beirar o desespero, não estamos tratando só de direitos e conquistas da classe trabalhadora, mas estamos cuidando de salvar vidas e libertar milhares de pessoas, vizinhos, parentes, desempregados do fantasma da fome.
Infelizmente atravessamos esses 62 anos com esse registro histórico, que acontece no período em que centenas de milhares de trabalhadores perderam a vida por conta da Covid-19 e outros milhões lutam para continuar sobrevivendo. Seja do ponto de vista literal, de garantia da sua vida mesmo, ou da sua sobrevivência enquanto cidadão, na garantia dos seus direitos fundamentais como moradia, educação, saúde e alimentação. É isso que vai marcar a passagem dos 62 anos deste Sindicato que não é o prédio, mas sim essa categoria valorosa, lutadora, antenada com a conjuntura e disposta a continuar lutando pela libertação de trabalhadores e trabalhadoras”.
Fonte: CNM/CUT