Direção do STIMMME-SL se reúne para primeiros debates sobre o acordo coletivo de 2021
Na quinta-feira (24) entidade promoverá assembleia no
sindicato para aprovação da pauta
Os diretores do Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo e Região (STIMMME-SL) se reuniram, na tarde desta terça-feira (1º) para iniciar os debates que resultarão na elaboração do acordo da categoria para 2021. Na pauta estiveram temas como reajuste salarial, o impacto da Medida Provisória 1046/2021 do governo Federal, que prevê redução de jornada e de salário, na categoria metalúrgica e a necessidade de mobilização dos trabalhadores pela manutenção de conquistas trabalhistas e ampliação de direitos.
Para o presidente da entidade, Valmir Lodi, a luta pela imunização da categoria contra o Covid-19 ainda está na ordem do dia, no entanto, o sindicalista destaca que o período de crise econômica e retração do mercado parece não ter afetado tanto assim as indústrias metalúrgicas da região do Vale dos Sinos.
“Grandes empresas como a Gerdau estão contratando novamente ao mesmo tempo em que colocam os trabalhadores com mais tempo de casa em regime de redução de carga-horária e de salários. Isto não está certo e precisa ser discutido com os patrões”, avaliou Lodi.
“Se há demanda e a grande maioria dos trabalhadores de grupo de risco já foi vacinada, por que os companheiros seguem afastados do trabalho?”, completou.
Para Valmir, é preciso entender como os empresários estão utilizando as flexibilizações. “Temos de ter certeza sobre o critério usado pelas empresas para selecionar quem será impactado pelas medidas”, avaliou o dirigente sindical, que quer evitar que a MP sirva para perseguir trabalhadores que possuam atuação sindical dentro do chão de fábrica.
Na contramão do Brasil, e até de outras cidades do Rio Grande do Sul, a atividade industrial em São Leopoldo cresceu 26% em 2020, comparada ao mesmo período de 2019, de acordo com dados apurados e apresentado pela prefeitura do município.
“Lucro recorde das fábricas precisa ser repartido com os peões”, defende sindicato
Conforme informações do Jornal do Comércio, as duas maiores indústrias sediadas na cidade, a fabricante de equipamentos Stihl e a Taurus Armas preveem fortes investimentos neste ano. A Stihl pretende investir R$ R$ 514 milhões em 2021. Já a Taurus investiu aproximadamente R$ 215 milhões de 2018 até agora, com R$ 74,5 milhões apenas no ano passado, e projeta investimentos de R$ 153,8 milhões até o fim do ano. A Gerdau, por sua vez, divulgou em seu último balanço econômico anual um lucro bruto R$ 1,05 bilhão no quarto trimestre de 2020, o que representou alta de 939%, um resultado tão positivo quando o da Gedore Ferramentas S/A, que fechou o último período com balanço positivo de vendas.
Segundo a Associação dados da Associação Comercial Industrial de Serviços e Tecnologia de São Leopoldo, empresas do setor metalúrgico apresentaram um crescimento de 50% em relação a 2019 , correspondendo a mais de 30% do PIB da cidade, algo que para o secretário geral da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT), Loricardo de Oliveira, deverá impactar as discussões sobre o dissídio da categoria.
“É impensável que neste período de bonança os patrões não queiram dividir a fatia do bolo com quem permitiu resultados tão positivos durante este período de pandemia, crise econômica e social. O empresariado da região do Vale do Sinos precisa entender que a categoria vai cobrar sua parte dos lucros. Está na hora de exigir reposição da inflação e aumento real”, pontuou Oliveira, que também é diretor do sindicato na cidade de Campo Bom.
No próximo dia 24 de junho, o sindicato chamará uma assembleia nas dependências da entidade para aprovação de pauta do acordo coletivo de 2021. Todos os interessados poderão obter mais informações sobre o encontro através das redes sociais do sindicato ou pelo telefone (51) 3592-8169, das 8h às 18h.