CNM-CUT: Metalúrgicos lançam campanha contra o racismo no trabalho
Estudo do IBGE mostra que as pessoas negras ganham menos do que as brancas e ainda são minorias nos cargos de chefia. Sindicalistas cobram que o racismo estrutural seja levado em conta na mesa de negociação
Com “pílulas antirracistas”, a Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT) lançou neste mês, que celebra a Consciência Negra, a campanha “Metalúrgicos contra o racismo no trabalho e na vida”. São 30 vídeos, cada um com pouco mais de um minuto, veiculados diariamente nas redes sociais da entidade. O material alerta os trabalhadores e dirigentes da categoria sobre questões como o genocídio negro e outros efeitos do racismo no cotidiano.
De acordo com a secretária de Igualdade Racial da CNM/CUT, Christiane Aparecida dos Santos, a campanha foi criada para responder a uma falta de compreensão da gravidade desse problema na sociedade.
“A gente percebeu que as pessoas estão muito ligadas naquele racismo interpessoal, em que há xingamentos. E o racismo é muito maior que isso, temos o racismo estrutural que causa desigualdade, que assassina todos os dias jovens negros. Quando terminamos nossa formação, saímos convencidos de que a CNM tinha que lançar uma campanha de formato permanente. A proposta é conscientizar, dar argumentação aos nossos dirigentes do quanto o racismo no nosso país é cruel e perverso”, explica a secretária.
“Quando a gente também olha para onde estão os negros no ramo metalúrgico, eles estão nos piores postos de trabalho, nos trabalhos que pagam menos. A questão das mulheres também, elas estão no lugar que paga menos. Como, por exemplo, o eletroeletrônico, ou (funções) que têm mais movimentos repetitivos e que requerem um esforço muito grande e adoecem”, descreve.
“A oportunidade tem que ser dada a todos. Não pode haver um processo de discriminação dentro do próprio processo de seleção. É uma demanda e um desafio muito grande do movimento sindical fazer com que as questões raciais sejam inclusas na negociação dos direitos dos trabalhadores. Ela deve perpassar toda a negociação sindical. Toda vez que sentarmos a mesa para negociar salário e benefícios temos que ter um olhar racial”, destaca Gilene.
Fonte: CNM/CUT