Mais de 80 mil saem às ruas de Porto Alegre contra Bolsonaro e exigem impeachment já
Mais de 80 mil pessoas tomaram as ruas do centro de Porto Alegre, na tarde ensolarada deste sábado (2), em uma nova manifestação pelo impeachment já do presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL). Houve também dezenas de protestos no interior gaúcho e em centenas de cidades do país e do exterior.
Os atos foram organizados pela CUT-RS, centrais sindicais, frentes Brasil Popular, Povo Sem Medo e Povo na Rua, movimentos sociais e populares e partidos de esquerda.
Na capital gaúcha, o ponto de concentração para o início do ato foi, mais uma vez, o Largo Glênio Peres, ao lado da Prefeitura. Desde o começo da tarde, o espaço foi sendo tomado por manifestantes com faixas, bandeiras e cartazes, formando um colorido que expressava a diversidade dos participantes, que denunciavam as políticas nefastas de Bolsonaro na pandemia e para a economia do país. “Genocida” foi uma das palavras mais utilizadas para definir a conduta do atual presidente.
Povo brasileiro não aguenta mais
Antes da caminhada, foi realizado um ato com dois blocos de pronunciamentos. No primeiro, os destaques foram as falas dos partidos políticos. O deputado federal Paulo Pimenta (PT) elogiou o ato, dizendo que ele demonstra capacidade de unidade.
“O povo brasileiro não aguenta mais, ele quer voltar a ser feliz, ter esperança e dignidade. Esse governo genocida, que já matou 600 mil pessoas, fez o país voltar a conviver com a fome e a miséria, não pode continuar”, disse Pimenta. Para ele, “não existe outro caminho que não seja o das ruas, da luta e das mobilizações para derrotar esse governo”.
A deputada federal Fernanda Melchionna (Psol) defendeu que não é possível esperar 2022 para barrar Bolsonaro. “Ninguém mais aguenta pagar mais de R$ 100 pelo gás de cozinha. Ninguém aguenta mais o desemprego e um governo que segue aproveitando a pandemia para passar a boiada, como está acontecendo agora com a PEC 32. Precisamos da mais ampla unidade de ação nas ruas para derrotar esse governo genocida”, disse.
A deputada estadual Juliana Brizola (PDT), destacou que “estamos unidos porque sabemos que a continuação de Bolsonaro significa a fome, a miséria e a morte de milhões de brasileiros”.
Desmascarar o bolsonarismo
O presidente estadual do PCdoB, Juliano Roso, defendeu a necessidade de construção de uma frente ampla pela democracia para derrotar Bolsonaro. “Além de derrotar Bolsonaro, precisamos desmascarar o bolsonarismo, esse discurso de direita negacionista e fascista”.
Houve ainda falas da UP, PCB, PSTU, PSB, PV, Rede e PCO, bem como da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Além da saída de Bolsonaro, foi destacado também a defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), a vacinação para todos contra a covid-19 e o plebiscito popular sobre as privatizações no RS, cuja consulta será realizada em cédulas e de forma virtual no período de 16 a 24 de outubro.
E não faltaram demonstrações de apoio ao ex-presidente Lula, através de falas, bandeiras, faixas e cartazes.
Não podemos tolerar esse genocida
No segundo bloco, as centrais sindicais se expressaram, reforçando a luta pelo impeachment. O presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, frisou que “nós temos todas as razões para estarmos aqui nas ruas”.
“O Bolsonaro brincou com a vida do povo brasileiro, não comprou vacina, comprou cloroquina e lidou com propina na compra do remédio. Desemprega, mata o povo de fome e a carestia aumenta o preço do custo de vida e dos alimentos”, destacou.
Para Amarildo, “não podemos tolerar que esse genocida queira agora vender o nosso país, os direitos e os serviços públicos com a PEC 32. Não podemos admitir que ele ataque diuturnamente a nossa Constituição e as instituições. E por essas razões já teríamos motivos suficientes para o Congresso Nacional cassar o presidente da República, mas ele só será impitimado se nos mantivermos nas ruas. Porque as ruas são um tambor, são a ressonância”.
“Bolsonaro é a mensagem da morte e nós, povo trabalhador e brasileiros, somos mensageiros da esperança e da vida”, concluiu.
Também fizeram uso da palavra dirigentes da CTB, Intersindical, CSP-Conlutas, Pública e Fórum Sindical.
Assista à transmissão das falas das centrais
Na sequência, uma caminhada gigante tomou a Avenida Júlio de Castilhos, passou ao lado da Estação Rodoviária, seguiu pelo Túnel da Conceição e entrou na Rua Sarmento Leite em direção ao Largo Zumbi dos Palmares, onde ocorreu o encerramento.
A caminhada foi animada, teve apresentação de artistas da cultura e transcorreu sem nenhum incidente, ganhando o apoio de pessoas que estavam nas calçadas e em janelas de prédios da região e de motoristas que buzinavam em seus veículos.
Dirigentes e militantes da CUT seguraram uma faixa de oito metros, que trazia a bandeira da CUT ao lado da bandeira do Brasil, representando o resgate dos símbolos do povo brasileiro que foram usurpados pelos movimentos da extrema-direita. Além das bandeiras, a faixa tem as chamadas “Fora Bolsonaro” e “Impeachment já”.
Os gritos de “Fora Bolsonaro e “genocida” ecoaram também com muita força nas demais manifestações, que deverão ser retomadas no próximo dia 15 de novembro.
Assista ao vídeo com imagens de um drone – @mobiledronebr
O ato de Porto Alegre e de várias cidades do interior gaúcho foram destaques na cobertura em rede, que foi realizada outra vez pela CUT-RS em parceria com o Jornal O Coletivo, Brasil de Fato, Rede Soberania, RádioCom de Pelotas, Outras Vozes, Pão com Ovo e PT Sul, dentre outros veículos da mídia alternativa e independente.
Assista à cobertura em rede dos atos da tarde no RS
Assista à cobertura em rede dos atos da manhã no RS
Manifestações no interior gaúcho
Alegrete
Alvorada
Candiota
Capão da Canoa
Caxias do Sul
Cruz Alta
Encruzilhada do Sul
Gravataí
Ijuí
Montengro
Palmeira das Missões
Pelotas
Santa Cruz do Sul
Santa Maria
Santo Ângelo
Santo Antônio da Patrulha
São Borja
São Leopoldo
São Luiz Gonzaga
Torres
Tupanciretã
Xangri-lá
Fonte: CUT-RS com Sul21, Extra Classe e Brasil de Fato